sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Primeiras Conquistas

Depois de argumentar o motivo de ter criado mais um rumo nessa lotada blogosfera (mas com suas particularidades, espero), quero pular a parte histórica até então, ao menos por enquanto, e falar sobre as primeiras conquistas alcançadas em relação ao mochilão, já que falta menos de dois meses para a data do embarque (caso não tenha reparado, o minúsculo primeiro post foi no dia 15 de outubro).

Primeiros itens do mochilão (praticamente):
Para quem não sabe tenho 18 anos (quase 19!) e me sinto injustiçado no mês de outubro. Deixe-me explicar. Como um adolescente do sexo masculino, nesse mês, em particular, sinto-me muito renegado. As crianças ganham presentes, enquanto nós, jovens, por não haver o Dia do Adolescente, temos que tirar uma data comemorativa do nosso calendário, ganhando assim menos regalos. As jovens mulheres ainda têm o Dia Internacional da Mulher para compensar, agora nós? Nem o Dia do Gaiato!
O rito de passagem da infância para a adolescência mais traumático contado ao longo das gerações (a minha é a primeira a ouvir) na minha família é o último presente do Dia das Crianças do meu pai: um lindo cinto! Minha avó apelou, não concordam? Grande presente! No meu caso foi melhor, minha avó não quis que eu me rebelasse e deu algo mais significativo há dois anos, quando tinha 16 anos. Não lembro o que era, ok. Para ver como não traumatizou.
Contudo, nunca desisti. Desde o ano passado venho reivindicando meu direito como neto primogênito (meus avôs paternos têm mais quatro netos). Ano passado não teve jeito. Esse ano, em contrapartida, achei uma tática: drama! Choraminguei durante uns dias alegando que esse era um ano importante para mim e que estava necessitado, com muitos itens mochileiros para comprar e sem nenhuma grana.
Deu certo! Ganhei um canivete suíço Tramontina (e eu torcendo para que fosse ao menos um do R$1,99!) com 14 funcionalidades; uma lanterna de cabeça que era do meu avô; e ainda vou ganhei um apito, para caso me perca em alguma trilha, inspirar-me na Rose Dawson e, quem sabe, conseguir um socorro (calma mãe! É só uma prevenção!).
Praticamente os primeiros itens, porque já confisquei duas necéssairs aqui em casa, talvez uma terceira, além de uns shampoozinhos/condicionadores que se pode pegar em hotel (os póbri qui nem eu pá falá a verdadi!).
Agradecimento especial: Gilda Batista e Geraldo Dantas, por abrirem exceção e fazerem do seu “netinho” uma pessoa mais equipada! Obrigado!

Primeiras atividades físicas (praticamente):
A preparação física é muito importante, ainda mais para quem quer fazer uma trilha de quase 100 km. Então, tomei a decisão de caminhar em uma pista de Cooper de 4,5 km de comprimento que existe na saída da minha cidade – Gama (quem ama mora no Gama! Até Daniela Mercury já disse isso!), já que pagar academia está muito caro e preciso economizar.
Na verdade, estou tentando ver se faço musculação ao menos esses dois meses, mas ainda não consegui uma proposta interessante. Porém, pretendo ficar caminhando mesmo assim.
O tempo é corrido, já que só tenho terças e sextas à noite, além dos fins de semana, livres, o que faz com que nunca estejam vagos, mas sempre que der (ao menos duas vezes por semana) estarei lá.
Hoje foi minha primeira caminhada depois dessa decisão. Enquanto minha mãe ficou na academia, eu fui andando até o início da pista e segui até onde o horário permitiu.
Resultado do primeiro dia: 1h05 – 7 km aproximadamente, já que não tive como calcular a distância da academia até a pista. Bem, não morri, nem fiquei muito cansado. Considero minha resistência, pra quem não pratica esportes, até boa.
Apesar de nunca ter estado malhando em uma academia (a minha experiência mais próxima foi fazer natação em uma), tenho grande impressão que fazer atividades ao ar livre é muito melhor do que em um espaço fechado.
Pratica-se em um lugar mais arejado, com o cheiro e sons de natureza, apesar dessa primeira experiência ser de um ar meio poluído por causa das queimadas do período de seca (32°C e por volta de 20% de humildade, como ironizam, quase sempre).
O “contato” com as pessoas também me parece mais verdadeiro. Em uma academia acontece muito de voyeurismo, exibicionismo. Não é só malhar, é mostrar o corpo “escultural”, sendo parte deles ainda à base de plásticas ou anabolizantes. Na “rua” isso acontece com menor percepção.
Às 19h ainda encontravam-se muitas pessoas na pista – famílias acompanhadas dos filhos e pets, senhores e senhoras mostrando como é estar saudável na 3ª idade, jovens conversando enquanto se exercitavam, seja a pé, de bicicleta, de patins, apenas malhando nos kits de ginástica ou até paquerando – pessoas bonitas é o que não falta. Naquele local parecia que todos estavam em uma cidade provinciana, pacata e segura, não em uma cidade de mais de 135 mil habitantes e já com seus não poucos problemas de segurança.
Ainda sobre esse relacionamento social, é impossível não encontrar conhecidos nesses lugares – foram três conhecidos e um apresentado em apenas uma pequena caminhada, isso porque nem sou muito conhecedor dos moradores daqui. Porém, o mais interessante é o relacionamento com os não-conhecidos. Todos estão se olhando, e não com olhar de inveja ou sobreposição, mas um olhar de parceria. Os que estão voltando, nos poucos segundos de contato visual, transmitem o recado: “Boa caminhada, companheiro!”.
Fui sozinho e sem MP3, não me arrependi nem um pouco. Ouvir a natureza, os corpos se exercitando, os grilos cricrilando, os carros a transitar e, principalmente, a própria consciência. O sentimento de humanidade e de ser social vem à tona. Quem me dera ser mais comunicativo (ironicamente, para um jornalista, não sou nem um pouco) e poder saber um pouquinho da vida de cada um deles.
Para finalizar, praticamente os primeiros exercícios, porque vou para o estágio e para o curso de línguas a pé. Apesar de ser perto de casa, se for calcular todo o tempo que demoro nas idas e vindas, dá em torno de 30 minutos por dia. Além da parada onde pego ônibus para retornar à minha casa ser afastada da universidade.

E há os topam em qualquer parada e há os que topam qualquer parada.

3 comentários:

  1. Bru

    Adorei seu relato.
    Mas tu é chique bem. Até necéssairs vai levar. uiaaaaaaaaaaaaa

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  2. Olá!
    Então venho felicitar-lhe pela inciativa de abrir esse Blog, amei o jeito que você escreve. Continue, olha sou um leitor que preza ler seus autores preferidos, e isso você conseguiu. Quantos posts por semana?
    abraços!

    by Cidylan

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  3. Meus primeiros leitores!! =D
    Obrigado pela presença... espero que gostem!

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