terça-feira, 28 de outubro de 2008

O relato da saga por um ingresso

Não posso dizer que sou um fanático pela cantora Madonna, nem mesmo um fã, acredito eu. Dizer que gosto dela, em contrapartida, soa muito pouco e superficial. Posso afirmar que sou um Grande Admirador do seu trabalho e de sua pessoa.
Conheci-a mesmo no ano de 2005, quando lançou o CD Confessions on a Dance Floor. Não me esqueço do dia em que ouvi a música que despertou essa atração em mim por ela. Sabia que Madonna era famosa, bem reconhecida, já havia ouvido algumas coisas, mas nada demais. Quando vi que lançara o novo CD e que uma música sua estava no topo das paradas – Hung Up -, resolvi baixar e ver se era tão bom assim.
É bom ressaltar que sempre tive uma criação televisiva e não musical. A música entrou na minha vida mais por influência da minha amiga Angélica, no 1° ano do Ensino Médio. A partir de então, trilhei minha particular história musical.
O dia era atípico, estava no computador há algumas horas, já meio estafado mentalmente, e o download acabara de terminar. A tarde aos poucos se tornava noite, e uma escuridão começava a entrar o quarto. Quando ouço a música pela primeira vez algo mexe dentro de mim. Achei um pouco estranha, muito diferente de tudo o que tinha ouvido. Assumo que não a considerei a “melhor música da minha vida” na primeira audição, mas esse momento nunca saiu da minha memória.
Desde então venho acompanhando o trabalho dela, mas só nesse último ano minha relação de proximidade aumentou. Passei a ler o site Madonna Online sempre que possível (quase todo dia) e me inteirar sobre sua carreira (o que perdi em todos esses anos) e sua vida.
As notícias de que ela viria ao Brasil me deixaram super animado e ansioso. Quando foi confirmado, no dia 19 de agosto, comecei a imaginar todo o show na minha cabeça. O CD Hard Candy é muito bom e, como ela sempre se supera, um espetáculo melhor que o Confessions Tour seria absolutamente perfeito. Sticky & Sweet Tour – seria meu primeiro show da Madonna?

É aí que a saga começa e é preciso numerá-la para mostrar o tanto que a luta foi feia:

1 – Dia 20 de agosto – fiz um cadastro, assim que ficou disponível no site da Tickets for F*** (era Fun, mas não teve nada funny), que teoricamente serviria para facilitar a venda dos ingressos. Descobriu-se depois que não servia para coisa alguma.

2 – Dia 03 de setembro – assim que o dia 02 virou 03, começou a venda de ingressos para os shows de São Paulo e minha luta para conseguir um lugarzinho ao sol (e à lua) no Morumbi. O show do dia 18 (ideal para mim) só podia ser comprado por cartões Bradesco ou American Express, que não consegui de jeito nenhum, ninguém tinha. Mas para felicidade geral, o show do dia 20 poderia ser com qualquer cartão. Fiquei acordado até as 3h sem conseguir sair da mesma página no site, completamente congestionada. Resolvi dormir, ninguém no Orkut estava conseguindo comprar, muito menos o tão desejado VIP. Às 6h levantei de novo, com o propósito de tentar comprar de novo no site e esperar o Center Call funcionar às 8h. Depois fiquei sabendo que às 6h já funcionava e ninguém havia sido informado. Não fui para a aula, perdi meu tempo e a minha noite, me estressei, e não consegui absolutamente nada. Fiquei muito frustrado.

3 – Dia 14 de setembro – depois de a esperança ter sido reacendida durante esse período pelo fato de ter sido incluído mais um show (no dia 21 de dezembro), a luta recomeçava às doze badaladas. Com o Center Call funcionando de madrugada e várias pessoas com seus ingressos, conseguir falar foi bem mais fácil. Aproximadamente 1h20 fui atendido. Na loucura da hora, consegui uma proeza! Assim que a vendedora atendeu, perguntei se tinha Meia Pista, porque VIP tinha acabado (em menos de 1h30!), e ela disse que sim. Continuamos conversando até começar a fazer a compra. Subentendi que ela estava comprando meia e como não estava com o site aberto para confirmar os valores, fechei a compra. Pista Inteira! Quando olhei no site já era tarde, e bem que achei o valor meio alto para Meia Pista. O que fiz? Liguei de novo, rapidinho fui atendido, e comprei finalmente a Meia Pista. Tudo com o cartão do meu tio.

4 – Dia 19 de setembro – eu tinha sete dias úteis para cancelar a compra da inteira. Depois de uma semana ficando no mínimo 30 minutos no telefone (interurbano, deixe-se claro) sem ser atendido, na sexta consegui cancelar a inteira. Meu tio teria o valor restituído no seu cartão em 30 dias!

5 – Dia 30 de setembro (mais ou menos, só sei que era terça-feira) recebo uma ligação da Tickets For F***. A vendedora dizia que o cartão do meu tio não tinha passado a meia, pois assim que a inteira foi debitada, estourou o limite do cartão. Ela disse que meu ingresso estaria reservado e que era pra eu ligar no dia seguinte para ver se comprava com outro cartão. Como não consegui nenhum, não liguei. Fiquei esperando o valor ser restituído ao cartão e meu tio pagar a fatura. Só me restava ter paciência!

6 – Dia 21 de outubro (terça-feira) meu tio pagou a fatura e o dinheiro havia sido restituído na sexta-feira anterior, ou seja, praticamente os 30 dias. Poderia, enfim, comprar a meia! Liguei na empresa e depois de uns 40 minutos fui atendido. A funcionária me informou que não tinha ingresso reservado. “Como assim?” Tudo bem, pode ser porque não liguei no dia que a outra mulher pediu, ou porque demorou muito. “Tem outros ingressos?”. A resposta foi positiva. Alívio! Na imprensa tudo dava como esgotado. Porém, ela não poderia fazer a compra, tinha que ser outra repartição. Lá vai mais 40 minutos. Perdendo o trabalho, diga-se de passagem. Depois de quase 2h ao telefone (interurbano, reitero), desisti e fui trabalhar. Eram 3h30 quando cheguei ao estágio, meu horário de entrar é às 2h.

7 – Dia 22 de outubro – lá ia eu ligar de novo, quando vi que no site da Ticket Master começou a vender também. Resolvi comprar por lá, mais prático. Meu tio estava em casa e compramos. Para escolher a forma de entrega, eles pediam o CEP para ver as maneiras disponíveis para a localidade. Apareceu Will Call (oito reais) e Sedex (26 reais). Óbvio que escolhi a mais barata. Entretanto, depois da compra fechada, fui ver escrito: “Will Call – retirada na bilheteria”. Não é possível! Fiz burrice mais uma vez! Mas como aparece a bilheteria (em São Paulo) disponível se eu moro em Brasília? Mas estavam entregando nas lojas Renner daqui... Tive que ligar mais uma vez... 30 minutos depois me atendem e me informam que realmente podia pegar nas Renner. Graças a Deus! Que alívio! Quase morro do coração! Mas havia outros poréns. 1 - "Prazo: 1 dias" – não é possível que seja só um dia! E não era! 2 - Recebo o email de confirmação com o nome “Eduardo Mendes de Oliveira” e o nome do meu tio é “Eduardo da Silva Mendes”. Outra burrice na hora da compra! Quando fui trocar meu nome pelo dele, mudei errado e nem ele, nem eu vimos. Será que realmente poderia retirar o ingresso na Renner? Do jeito que a minha sorte anda de greve... Será que esse "1 dias" tem importância? No site dizia que era até 1h antes do show... Será que o nome errado do meu tio iria prejudicar algo? Só Deus saberia!

8 – Dia 23 de outubro – meu tio vai buscar o ingresso e... Adivinha? Deu certo!!!!!!!! Aleluia! Depois de um mês e 20 dias finalmente consegui comprar meu ingresso para o show da Diva Queen Madonna! Que felicidade!

Deus é realmente perfeito! Apesar de achar que Ele não queria muito que eu fosse para esse show, Ele é misericordioso, e se algo tem que ser feito, que seja bem feito! Não poderia ser melhor! (Bem, um VIP não cairia mal, mas nada de cuspir no prato!).
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Agradecimento especial: ao meu tio Eduardo Mendes, por ajudar o sobrinho a realizar um sonho!


Madonna na Sticky & Sweet Tour - Brasil? Estarei lá!

domingo, 26 de outubro de 2008

Minha Família Mochileira (5/5)

Para começar, deixe-me explicar: eu dei uma breve pausa nos relatos de Minha Família Mochileira para postar o último texto hoje (27), por ser o dia do 1° Aniversário da Comunidade Eber, quero fazer um mochilão. Confundiram-me com as datas, mas este é o dia correto.
Meu objetivo seria escrever algo bonito, tocante, que fizesse todos os membros da comunidade que lessem chorar e etc., mas sei que não terei palavras suficientes para tal, então, abaixo vocês lerão mais um texto sobre essa família que escolhi para mim.

Irmãos Mochileiros

Parece que certas coisas são pré-destinadas. Vejo a nossa vida como um mundo de duas escolhas: “Sim” ou “Não”. A cada porta que você passa surgem mais duas outras com a mesma pergunta, e cada uma te leva a um lugar específico. Você escolhe a porta, mas o que está atrás dela, por mais que você tenha uma idéia, nunca saberá com certeza a não ser que entre. O que tem lá está pré-destinado. Depende apenas você fazer a escolha certa.
Pude escolher entrar no site da CI. Pude escolher ler os relatos de mochilões. Pude escolher deixar um comentário para o Eber. Ele pôde escolher participar do concurso. Ele pôde escolher criar o blog. Ele pôde escolher criar a comunidade. Eu pude escolher entrar na comunidade... E por aí vai... Um monte de escolhas, algumas acertadas, outras não tanto, mas não por isso menos importantes.
Em algum momento da minha vida escolhi uma porta que fez com que não fosse possível realizar o meu mochilão em janeiro de 2008. Deus sabe o que me esperava. Não lamento o que perdi, comemoro o que ganhei. E sem dúvida alguma, ter entrado na comunidade do Eber foi uma das escolhas mais acertadas que fiz na vida.
Nem é preciso falar mais do Eber. O quanto ele é importante na minha história, querendo ou não. Ele indiretamente é meu mentor, meu Mestre. Agradeço a Deus por tê-lo posto em meu caminho. Aprendi uma nova filosofia de vida que mudou o que sou. Tornei-me uma pessoa melhor. Ainda tenho muito que aprender, muito que vencer, muito que mudar, mas o primeiro passo já dei, e é seguindo os rastros deixados pelo Boss, mesmo sem ele saber, que cheguei aonde estou.
Em nenhuma outra comunidade me senti tão bem acolhido. Nenhuma outra comunidade é tão receptiva quanto essa, e é por isso que a amo cada vez mais. É comum deixar um comentário em outra comunidade e me arrepender. As pessoas adoram chegar com propriedade – o que eu odeio. Totalmente diferente do que encontro quando entro pela primeira ou milésima vez no dia para ver as mensagens na comunidade.
O Cidylan foi um dos primeiros a me receber, se não me engano (vocês perceberão que minha memória não é muito desenvolvida), e ele é uma pessoa boa como não muitos são. Quer sempre ajudar, dar uma mão no quer for preciso, e sabe acolher um novo mochileiro como poucos. Sem dúvida uma recepção como a dele faz as pessoas se interessarem na hora.
Esse sentimento de compaixão talvez possa definir o relacionamento dos mochileiros. Pessoas prestativas, atenciosas, dispostas a compartilhar o que sabem, absorver o que puderem, dividir experiências, dar boas gargalhadas, pôr a disposição um ombro amigo, fazer tudo isso ao mesmo tempo, ou apenas dizer: “Oie. Tenham um bom dia!”. Isso é amor de verdade... Não tem olhos, não tem ouvidos, nem nariz... Apenas sentir o coração do próximo... Já diziam: “Um verdadeiro amigo é quem pega a tua mão e toca teu coração!”.
Não há inveja, nem rancor, nem ódio. A vitória de um é a vitória de todos! Quem não exultou de alegria ao saber que o Rafael ganhou uma viagem para a Índia? Quem não comemora o fato do Eber cada vez mais conseguir levar o Mochilão Sem Fronteiras para o topo – entrevistas, livros, palestras...? Quem não fica feliz quando um novo membro, como o Ale entra, e já faz a festa (e deixa de ser novo logo)? Pode-se dizer que somos um!
Como toda família, há seus momentos de acerto dos ponteiros, há respeito às diferenças (e admiração também). Por mais que uns estejam sem estar, ou passem sem ficar, os momentos não são apagados da memória, e todos têm seus nomes escritos na tábua de carne de cada um. Parece o país das maravilhas não é? Esse guri só pode estar inventando, ou é muito inocente para não ver a verdade... Engano seu!
Eu desafio qualquer um a entrar naquela comunidade. Com certeza vai se apaixonar rapidamente e não vai querer sair mais. Vai ficar como todos: viciados! Ficando até altas horas da madrugada nos diversos chats feitos em todo tópico, ou no site do amigo secreto, ou no MSN, ou no telefone... Se a pessoa não gostar, me desculpe, preciso ser sincero: O problema é a pessoa! Porque por mais que não goste de mochilar, o calor humano é um só, e a amizade e o amor são reconhecidos independente de qualquer coisa. Se você não gosta de um, é preciso analisar a situação. Mas se você não gosta de nenhum, é bem provável que você seja o problema!
Quem não se sente sortudo e feliz ao estar do lado da super mega máster Promoter que o Orkut já teve - Joici? Existe pessoa mais doadora, carinhosa do que ela? Quem não fica louco com os bate-papos extensos, nada conotativos, com quinze pessoas simultaneamente (no mínimo)...? Como diria a Fer, “o Tico não acompanha o Teco”! Quem não quer descobrir quem é a Nazaré Tedesco, a Raposa Felpuda, ou a Amy? Até hoje estão procurando o Preciousssss. E o Capitão Planeta tenta botar ordem no negócio, mas é complicado... A vida na comunidade é realmente agitada!
Não vou nem começar a citar nomes de cada um, porque seria injusto não poder falar de alguns por não ter tido tanto contato assim. Mas o que posso dizer é que cada mochileiro, com seu jeito, com sua história de vida, qualidades, palhaçadas, maluquices e sonhos, tem sua participação na formação da Melhor Comunidade do Orkut. Se houvesse uma premiação para esse tipo de coisa, venceríamos de disparada.
Esse foi apenas um ano. Um ano de vitória, de conquistas e conquistados, de aprendizagem e convivência, de dar e receber. Um ano de reconhecer amigos e cultivá-los. Um ano de encontrar irmãos, que a distância e o tempo acabaram separando, mas que por pré-destinação acabaram se encontrando. Fizeram a escolha de entrar em mais uma comunidade do Orkut e acabaram encontrando uma família. A Família Mochileira. A Minha Família Mochileira. E que pode ser sua também, basta você tomar a decisão de clicar em “Participar”. Vejo-te na comunidade! E que possamos aprender, juntos, muitas coisas nesse longo caminho!

“A felicidade só é verdade quando compartilhada”. (Christopher McCandless - Na Natureza Selvagem)

Eis a Família Mochileira...

Parceiros da Comunidade

Abaixo o vídeo de um dos últimos orkontros que aconteceram...

Destaques: Eber e Verônica (por serem os mentores da galera e pelos vários relatos), Luciana de Melo, Vala e Rafael (pelas histórias no blog) e Joici (por ser a melhor promoter que existe).
Figurinhas Fáceis: Lucia, Greice, Lucas, Cidylan, Andreh, Vana, M.E.L., Caio, Katia, Jefferson, Clau, Fernas, Isa, Rafael Virgílio, Bruno (eu), Allan, Márcio, Márcia, Ju, Duds, Fer, Gustavo, Angélica, Manu, Croft, Silvia, Renato, Alê Barman, Alê, Shell, Fátima, Camila, Tati, Douglas, Mell, Feinandinha (apesar de nem todos estarem próximos ou participando dos orkontros, como é o meu caso, estamos sempre na comunidade fazendo a festa).
Turistas: Lucas Niero, Raíssa, Tanure, Helinho, Silvana, Cleides, Didu, Shinabe, André, Filipe Takatohi, Marcos, Denise, Nina, Xadrez, Rafa Jayms, Chris (como quem é vivo sempre aparece, esses acabam dando o ar de sua graça, seja nos orkontros ou na comunidade).
Peças Raras: Ana Carol, Daniel Daneluz, Diogo, Marcelo, Ulisses, Shirlei, Felipe Jaloretto, Livia Pontes, Julia, Kevin Lin, Luciana Martins (esses são mais difícies de serem encontrados, mas também fazem parte da turma).
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Perdoem-me se esqueci alguém, e avisem-me para eu incluir...
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Perto ou longe, presente ou não (porque muitos fazem parte da comunidade, apesar de nem sempre se apresentarem efetivamente), citado ou não... Todos formam essa família da qual tanto me orgulho! Uns tenho mais contato, outros ainda não tive a oportunidade nem de conversar, mas se são amigos dos meus amigos, são meus amigos também!
Eis a Família Mochileira... Minha Família Mochileira!
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Não seria a mesma coisa se não fossem por vocês!

sábado, 25 de outubro de 2008

Ousadia

Interrompo a sequência de posts sobre Minha Família Mochileira para poder mostrar um pouco desse espírito mochileiro que há dentro de cada um que faz parte desse universo. Ousadia é o que é preciso para quebrar as amarras do mundo superficial, se libertar, e caminhar em direção ao verdadeiro mundo!
By: Eber Guny

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Minha Família Mochileira (4/5)

Blog Mochilão Sem Fronteiras

Pouco tempo antes de do Eber, Lucas e Clau partirem em direção à Patagônia, o blog Mochilão Sem Fronteiras entrou no ar. Foi lá que acompanhei toda essa nova aventura, além do blog do Lucas, hoje desativado. Mais um amontoado de adrenalina e aventura fez parte da minha rotina.
Clau quase não mochila. Cataratas do Iguaçu. Tardes tomando sorvete em San Telmo. Samba no Caminito. Eber e Clau dançando tango. Noite assustadora em Punta Arenas. “Seria um tornado?”. Israelenses. Torres del Paine. Circuito W. Chocolate como prêmio. “Até eu quero!”. Lucas e seu joelho. Clau não muito bem por um período. Big Ice. Gelo glaciar com whisky. Enfim, they were the champions!
Quando voltaram, conheci também a Clau e o Lucas. Depois disso, a família só foi crescendo e crescendo. Cada vez mais, pessoas magníficas se juntaram à melhor comunidade do Orkut. Isso é unânime entre quem está lá.
Programações de próximos mochilões são o que não falta. E se não tem pra onde você vai, todos te ajudam a montar um roteiro maneiro. Todos estão de braços abertos para acolher os aventureiros, seja um iniciado ou um iniciando. Valendo-se do clichê: É como coração de mãe, sempre cabe mais um!
Orkontros estão para ser estabelecidos como semanais. Quem mora em São Paulo ou estados arredores sempre que tem uma oportunidade correm para um bar, a casa da Verônica ou da Joici, para uma trilha ou rua da cidade, e fazem uma festa. Infelizmente nunca pude estar presente - moro no DF, lembra? Mas eles divertem-se, riem, choram (de rir) e tudo o que um ser humano deveria fazer: Livin’ la vida loca!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Minha Família Mochileira (3/5)

Eber, Quero Fazer um Mochilão
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Quando o sentido de realidade voltou e a saudade dos relatos apertou, vejo que The Boss fez uma comunidade no Orkut: Eber, quero fazer um mochilão. Passei lá algumas vezes, mas não tinha o costume. Se não me engano fiquei um período sem internet também. Uns seis meses depois, quando finalmente comecei a participar ativamente da comunidade: “Cadê o Eber?”. Descobri que estava em um mochilão pela América do Sul. “Como assim?”. Quis ME bater.
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Sobre o semestre entre os dois mochilões:
Depois de “viver” tudo aquilo com o Mestre, não podia levar a mesma vida que levava. Eu não tinha um objetivo de vida. Bem, queria me formar e ter uma vida boa, normal. Nunca fui de viajar. Não conhecia propriamente o mochilão. Vi algo sobre o concurso que o Eber venceu no site da CI, mas não dei muita importância naquela época. A minha única vontade era ir para a Argentina fazer um cursinho, porque iria terminar o curso de espanhol no final do ano. Quando li o Diário de Bordo mudei totalmente de caminho. Queria mochilar!
Então comecei a programar meu mochilão. Fiz o roteiro. Pesquisei muito sobre a Argentina, Paraguai e Uruguai. Tudo certo. Só faltava a grana: R$3.000 (nos meus cálculos nada econômicos e mochileiros). Não consegui estágio nesse semestre. Não mochilei. Frustrei-me e fiquei decepcionado.
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Quando vejo na comunidade, o Eber estava lá! E outra: gastando R$1.600! Por um segundo senti inveja “branca”. Mas já estava conformado e tinha entendido o propósito de Deus na minha vida.
Enquanto o Eber mochilava com mais dois amigos que conheceu através da comunidade: a Clau e o Lucas – ambos principiantes; eu fui conversando com algumas pessoas. Acho que o Cidylan foi um dos primeiros. Agradeço pela receptividade.
Foi um caminho sem volta. Envolvimento total. É impossível passar um dia sem entrar na comunidade e conversar com todos que ali estão.
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"E vamos que vamos". (Eber)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Minha Família Mochileira (2/5)

Diário Mágico

Durante os relatos do seu segundo mochilão, dessa vez pelo Reino Unido, postados no site do Centro de Intercâmbio (Diário de Bordo CI), após vencer um concurso, uma transformação foi acontecendo na minha vida. Nunca mais veria as coisas da mesma forma.
Os primeiros posts falam da experiência pessoal do Eber até então, suas experiências passadas e lições já adquiridas. Começa-se a conhecer quem é essa pessoa sortuda e louca. Nem é preciso falar o porquê do 'sortuda'. “Acho que eu, Bruno, já ganhei alguma vasilhinha nos bingos da família!”. 'Louca', porque quem vai pra outro país com pouco dinheiro, ficar em albergues com mendigos ("Albergue é isso, né?". Claro que não, Bruno!), falar outra língua, sozinho ("Que absurdo! Como dá conta?")... Foram esses meus primeiros pensamentos. Sortudo? Sim! Louco? Sim... Louco por viver!
Quando você começa a se interessar pelo assunto, Eber vem com vários posts com dicas, explicações e ensinamentos sobre mochilão. Impossível não querer largar tudo e ir mochilar. Agora mesmo de preferência! Contudo, você se segura. As questões sociais e econômicas respigam um pouco de água fria, dá uma controlada, mas a chama no peito continua acessa. E aí o Mestre começa a contar os 'causos' do seu caminho pela terra do Sir.
Quatro dias após o primeiro comentário no diário de bordo, ele manda as primeiras notícias de Londres. A partir daí, um jorrar de sensações e aventuras.
London Eye e a família africana. Ver o Quarteto Fantástico na rua! Eber questiona: “Quem é Jéssica Alba?”. E eu no Gama: "Como assim não sabe?". Palácio de Buckingham e a guarda. A australiana (Humm). White Cliffs. Madame Tussauds. Até hoje acho que o Brad Pitt e a Angelina são de verdade! Eber na capa dos Beatles! Porto sem Titanic. Stonehenge, onde o Eber fez o primeiro contato extraterrestre (ele só não contou!). País de Gales. Robin Hood. Dando uma canja com um novo amigo nas ruas de York: “Um dia o medo dará lugar ao coração valente e então seremos livres. Seremos livres para acreditar que vale a pena continuar acreditando na vida”. O lindíssimo Distrito dos Lagos - amei. Liverpool. Ashley and Kris. Irlanda e a casa do Bono Vox! (Só faltou um cafezinho com o U2!). Escócia e o famoso kilt (Eber de saia deixa qualquer mulher animada!). Highlands. E o ponto alto literalmente para o mochileiro: a trilha em Sligachan.
Tudo bem que não ganhei o sorteio do mascote ou da camisa do mochilão, mas fiquei feliz. Só tenho a agradecer pelos momentos que também fiz meus. Pelas alegrias, emoções, aprendizado e cultura adquiridos durante esse mês que foi de puro deleite e anseio: “Quando sairá o novo post do Eber?”. Momentos que ficarão na minha memória e que ficaram gravados na alma do Mestre. Obrigado por compartilhar sua vida com todos os leitores que te admiram, Boss.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Minha Família Mochileira (1/5)

Em comemoração ao aniversário da Melhor Comunidade do Orkut, nos próximos cinco dias estarei postando a história de minha relação com ela. Tudo tem um começo, e assim foi:

Encontro com o Mestre

Dia 06 de junho de 2007. Um site de intercâmbio. Um mochileiro sem fronteiras. O comentário mais bem acertado de toda minha vida. Treze semanas, seis das quais acompanhei. Conquista alheia que me conquistou. Viajar pela história do próximo. Aprendizagem. Alargamento de mente e espírito. Destruição das paredes, barreiras e muros. Inspiração. Começo de uma nova era, uma nova vida. Um novo caminho.
Eis que surgiu uma nova criatura – o Bruno mochileiro. Ser adormecido, esquecido ou ignorado até aquele momento, mas que ressurgiu com força total. Tudo por causa do testemunho de uma pessoa – o mestre, o chefe, The Boss: Eber Guny. Um exemplo a ser seguido. “Quando crescer quero ser como ele!” Tudo bem que minha mãe no começo não gostava muito desse tal alguém que indiretamente fez o filhinho dela querer seguir por caminhos inexplorados, selvagens e desconhecidos até então. Mas, falemos sério: quem no final não se rende, mesmo que respeitosamente, a esse espírito aventureiro - ao espírito o mochileiro?
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"O que se leva da vida é a vida que se leva..."

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Caminho Rumo à Natureza Selvagem

Havia visto esse filme quando estreiou no cinema, mas por causa de um trabalho da universidade resolvi vê-lo novamente e fazer a crítica que segue abaixo. Espero que gostem!
“Não que eu ame menos o homem, mas amo mais a natureza”. Esse trecho que inicia o filme faz parte de um dos poemas do britânico Lord Byron, e indica o que se verá nas próximas mais de duas horas de exibição: uma torrente seqüência de paisagens exuberantes, que enchem os olhos do espectador com os pequenos e belos detalhes da natureza, ainda selvagem ao homem metropolitano.
Não menosprezando outros aspectos do filme, mas as imagens são o que mais impressiona, com planos que sabem valorizar e explorar as magníficas locações no Alasca e parte oeste dos Estados Unidos. Após uma rápida ação perturbadora dos pais do protagonista Christopher McCandless, é a imensidão branca que preenche a tela, a natureza passa de cenário à personagem ao longo do filme, e é ela que por vezes está em destaque. Em muitas outras cenas, mesmo com o foco nos personagens ou ações, um pedacinho do paraíso aparece em primeiro plano, como moldura de uma história dramática e instigante.
Alexander Supertramp (Superandarilho), conhecido na civilização como Christopher Johnson McCandless, foi um rapaz que teve tudo para ser bem sucedido na vida – tinha uma família bem abastada, era graduado –, contudo, por causa do seu idealismo, incentivado pela leitura de escritores como Jack London, Leo Tolstoi e Henry Thoreau, resolveu abandonar a “doente sociedade”, cheia de pessoas materialistas vazias que vivem uma vida de mentira, para ir em busca de um encontro consigo mesmo, livre de todas as amarras capitalistas – quebrou cartões de crédito, queimou dinheiro, destruiu documentos e doou seu dinheiro à caridade. Ele não queria nada de sobra, ele queria o suficiente. "Coisas, coisas, coisas, coisas". Não haviam mais coisas para este andarilho extremista, “um viajante esteta cujo lar é a estrada”.
Finalmente liberto, ele segue seu caminho rumo à natureza selvagem – o Alasca. Por dois anos esteve sem telefone, carro, piscina e um itinerário fixo, vivendo a custa de bicos e doações, locomovendo-se por meio de caronas ou até descendo ilegalmente as turbulentas corredeiras de um rio em um caiaque.
O companheirismo e a ajuda mútua, independente de situação financeira ou social, também é uma lição apreendida no longa. Todos têm ensinamentos, algo a transmitir, marcas a deixar em quem pelo caminho encontrar. Diferente do relacionamento com a própria família, que sem dúvidas foi uma das causas de tal rebelião contra a sociedade americana, com exceção da fiel e compreensiva irmã, Chris ficou todo o tempo sem manter contato algum, e criou laços significativos com pessoas que o ajudaram no caminho. Ele deixou seus pais para ser "filho" ou "neto" de outros, além de um rápido envolvimento amoroso.
Estava tão selvagem, que os encontros com a civilização eram contrastantes. Chegou a ser praticamente mendigo, procurar abrigo em albergues e não seguir “estúpidas regras” sociais. Tornou-se periférico. Era tão contrário à sociedade esbanjadora que não conseguia se adaptar. Certo momento, na cidade grande, se imaginou caso não tivesse optado pelo vida que estava levando, e não conseguiu se suportar.
Depois de cem dias totalmente selvagens no Alasca, ele havia sobrevivido. Porém não da forma como gostaria. Chris se encontrava no limite entre a fé e o desespero. Uma série de falhas o havia levado ao pior estado imaginável por ele até então: sozinho à beira da morte.
Para começar, depois de ter encontrado o “ônibus mágico” e ter se estabelecido em uma rotina, caçando para sobreviver e criando sua própria “civilização”, ele havia ignorado que a natureza está em constante mudança e que as estações trazem consigo novas adaptações. Quando enfim decide voltar à sua vida urbana, o lânguido riacho pelo qual havia cruzado no inverno, na primavera estava intransponível, tornara-se um caudaloso rio. E para completar, na insensatez do surto pela falta de alimento, por engano, acabou comendo uma frutinha venenosa que causa inanição. A morte batia à porta do ônibus-abrigo.
Quem leu o livro biográfico de 1996, Into The Wild (nome original do filme), escrito por Jon Krakauer (autor de outros livros selvagens, como No Ar Rarefeito), sabe que fim dramático McCandless teve, e o filme soube mostrá-lo com sensibilidade e força. “Eu fui literalmente aprisionado pela natureza”, segundo suas palavras. Depois de tanto fugir das pessoas em busca da solidão, arrepende-se, e lamenta o fato de não ter tido com quem dividir aqueles momentos.
O filme, narrado pela personagem que representa a irmã, Carine, é bem editado, não é à toa que concorreu ao Oscar de Melhor Edição (Jay Cassidy). Com momentos “diário de McCandless”, interessantes por sinal, o filme não agrada muito pela capitulação das fases pelas quais o protagonista passa, desde seu "nascimento" até se tornar sábio.
A narrativa, diferente da maioria dos filmes hollywoodianos, é mais lenta, o que pode aparentar monotonia aos dispersos, quando na verdade caminha pela sutileza. Contudo, o fato de não explorar as grandes ações é errôneo, já que desperdiça uma grande cena, como a da inundação de uma área onde Chris iria pernoitar, o que causa a perda do seu carro.
O maior pecado, no entanto, é o descambo para a nudez, totalmente desnecessária para o roteiro, como a maioria dos filmes que não podem perder a oportunidade de mostrar uns seios ou até mesmo a genitália masculina, como nesse caso também, para chamar mais a atenção do público. Se servir de contrapartida, essas cenas foram rápidas e não de todo vulgares.
A trilha sonora de Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam em seu primeiro trabalho solo, é excelente e tem uma ligação umbilical com o filme. No Globo de Ouro, inclusive, o filme concorreu à Melhor Trilha Sonora e ganhou como Melhor Canção por "Guaranteed".
As referências são muito significativas e quem vê o filme sai com vontade de ler todos os autores citados. As interpretações atingem a essência. Hal Holbrook, um simpático senhor que aparece no caminho de Chris, concorreu como Melhor Ator Coadjuvante no Oscar.
Sean Penn, que dirigiu, produziu e fez o roteiro do filme, depois de uma espera de dez anos, conseguiu fazer um trabalho muito bom e impactante. Emile Hirsch, que teve de perder 18 quilos para encarnar o personagem, conseguiu transmitir que existem coisas mais importantes pelas quais se viver do que o dinheiro, muitas vezes entronizado como determinador do sucesso ou fracasso.
É impossível traduzir em palavras o motivo de tal irracional consciente atitude. Ninguém que o ouvisse entenderia, e o julgamento seria inevitável. Todavia, McCandless cria uma cumplicidade com o público, que não precisa ser explicada, basta ver através de seu olhar, tantas vezes valorizado de forma inteligente e subjetiva. É como se o público soubesse o que se passa naquela mente.
O protagonista é realmente alguém inquieto interiormente. Nas cenas em que aparece, a imagem é sempre movimentada, em contraste com as cenas onde a paisagem impera e o panorama estático traduz a tranqüila e astuciosa natureza.
Tudo tem seu limite. McCandless foi aconselhado que era um erro ir fundo demais, mas o instinto falou mais alto. Ele buscou humanidade na natureza selvagem. A linha que divide coragem e loucura, no caso dele, foi muito tênue, e ele se valeu de um pouco dos dois para chegar onde chegou. Às vezes, meio imprudente, ou totalmente, mas de uma bravura, grandeza e espírito magníficos. Ao menos uma vez na vida, todo ser humano devia se permitir usufruir dessa liberdade mágica, na natureza selvagem. "Aonde você vai? Já disse. A lugar nenhum!".

"E não se esqueça, se quer algo na vida, vá atrás e pegue!



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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Primeiras Conquistas

Depois de argumentar o motivo de ter criado mais um rumo nessa lotada blogosfera (mas com suas particularidades, espero), quero pular a parte histórica até então, ao menos por enquanto, e falar sobre as primeiras conquistas alcançadas em relação ao mochilão, já que falta menos de dois meses para a data do embarque (caso não tenha reparado, o minúsculo primeiro post foi no dia 15 de outubro).

Primeiros itens do mochilão (praticamente):
Para quem não sabe tenho 18 anos (quase 19!) e me sinto injustiçado no mês de outubro. Deixe-me explicar. Como um adolescente do sexo masculino, nesse mês, em particular, sinto-me muito renegado. As crianças ganham presentes, enquanto nós, jovens, por não haver o Dia do Adolescente, temos que tirar uma data comemorativa do nosso calendário, ganhando assim menos regalos. As jovens mulheres ainda têm o Dia Internacional da Mulher para compensar, agora nós? Nem o Dia do Gaiato!
O rito de passagem da infância para a adolescência mais traumático contado ao longo das gerações (a minha é a primeira a ouvir) na minha família é o último presente do Dia das Crianças do meu pai: um lindo cinto! Minha avó apelou, não concordam? Grande presente! No meu caso foi melhor, minha avó não quis que eu me rebelasse e deu algo mais significativo há dois anos, quando tinha 16 anos. Não lembro o que era, ok. Para ver como não traumatizou.
Contudo, nunca desisti. Desde o ano passado venho reivindicando meu direito como neto primogênito (meus avôs paternos têm mais quatro netos). Ano passado não teve jeito. Esse ano, em contrapartida, achei uma tática: drama! Choraminguei durante uns dias alegando que esse era um ano importante para mim e que estava necessitado, com muitos itens mochileiros para comprar e sem nenhuma grana.
Deu certo! Ganhei um canivete suíço Tramontina (e eu torcendo para que fosse ao menos um do R$1,99!) com 14 funcionalidades; uma lanterna de cabeça que era do meu avô; e ainda vou ganhei um apito, para caso me perca em alguma trilha, inspirar-me na Rose Dawson e, quem sabe, conseguir um socorro (calma mãe! É só uma prevenção!).
Praticamente os primeiros itens, porque já confisquei duas necéssairs aqui em casa, talvez uma terceira, além de uns shampoozinhos/condicionadores que se pode pegar em hotel (os póbri qui nem eu pá falá a verdadi!).
Agradecimento especial: Gilda Batista e Geraldo Dantas, por abrirem exceção e fazerem do seu “netinho” uma pessoa mais equipada! Obrigado!

Primeiras atividades físicas (praticamente):
A preparação física é muito importante, ainda mais para quem quer fazer uma trilha de quase 100 km. Então, tomei a decisão de caminhar em uma pista de Cooper de 4,5 km de comprimento que existe na saída da minha cidade – Gama (quem ama mora no Gama! Até Daniela Mercury já disse isso!), já que pagar academia está muito caro e preciso economizar.
Na verdade, estou tentando ver se faço musculação ao menos esses dois meses, mas ainda não consegui uma proposta interessante. Porém, pretendo ficar caminhando mesmo assim.
O tempo é corrido, já que só tenho terças e sextas à noite, além dos fins de semana, livres, o que faz com que nunca estejam vagos, mas sempre que der (ao menos duas vezes por semana) estarei lá.
Hoje foi minha primeira caminhada depois dessa decisão. Enquanto minha mãe ficou na academia, eu fui andando até o início da pista e segui até onde o horário permitiu.
Resultado do primeiro dia: 1h05 – 7 km aproximadamente, já que não tive como calcular a distância da academia até a pista. Bem, não morri, nem fiquei muito cansado. Considero minha resistência, pra quem não pratica esportes, até boa.
Apesar de nunca ter estado malhando em uma academia (a minha experiência mais próxima foi fazer natação em uma), tenho grande impressão que fazer atividades ao ar livre é muito melhor do que em um espaço fechado.
Pratica-se em um lugar mais arejado, com o cheiro e sons de natureza, apesar dessa primeira experiência ser de um ar meio poluído por causa das queimadas do período de seca (32°C e por volta de 20% de humildade, como ironizam, quase sempre).
O “contato” com as pessoas também me parece mais verdadeiro. Em uma academia acontece muito de voyeurismo, exibicionismo. Não é só malhar, é mostrar o corpo “escultural”, sendo parte deles ainda à base de plásticas ou anabolizantes. Na “rua” isso acontece com menor percepção.
Às 19h ainda encontravam-se muitas pessoas na pista – famílias acompanhadas dos filhos e pets, senhores e senhoras mostrando como é estar saudável na 3ª idade, jovens conversando enquanto se exercitavam, seja a pé, de bicicleta, de patins, apenas malhando nos kits de ginástica ou até paquerando – pessoas bonitas é o que não falta. Naquele local parecia que todos estavam em uma cidade provinciana, pacata e segura, não em uma cidade de mais de 135 mil habitantes e já com seus não poucos problemas de segurança.
Ainda sobre esse relacionamento social, é impossível não encontrar conhecidos nesses lugares – foram três conhecidos e um apresentado em apenas uma pequena caminhada, isso porque nem sou muito conhecedor dos moradores daqui. Porém, o mais interessante é o relacionamento com os não-conhecidos. Todos estão se olhando, e não com olhar de inveja ou sobreposição, mas um olhar de parceria. Os que estão voltando, nos poucos segundos de contato visual, transmitem o recado: “Boa caminhada, companheiro!”.
Fui sozinho e sem MP3, não me arrependi nem um pouco. Ouvir a natureza, os corpos se exercitando, os grilos cricrilando, os carros a transitar e, principalmente, a própria consciência. O sentimento de humanidade e de ser social vem à tona. Quem me dera ser mais comunicativo (ironicamente, para um jornalista, não sou nem um pouco) e poder saber um pouquinho da vida de cada um deles.
Para finalizar, praticamente os primeiros exercícios, porque vou para o estágio e para o curso de línguas a pé. Apesar de ser perto de casa, se for calcular todo o tempo que demoro nas idas e vindas, dá em torno de 30 minutos por dia. Além da parada onde pego ônibus para retornar à minha casa ser afastada da universidade.

E há os topam em qualquer parada e há os que topam qualquer parada.

Argumento

Como ficarão sabendo mais detalhadamente nos próximos dias, eu sou um aprendiz de mochileiro. Nunca mochilei, viajei cinco vezes na vida (vamos a la playa!) com a família, sendo que uma delas nem me lembro e, obviamente, nada backpacker.
O que importa saber nesse momento do caminho é que estou com um mochilão programado para 15 de dezembro, e esse blog é um meio de: 1 – durante o mochilão, me comunicar com amigos e familiares, e mostrar que estou surviving, se estiver, claro (principal objetivo); 2 – divulgar o mochilão e as impressões de primeira viagem para quem é principiante como eu; 3 – tentar colocar em prática o que venho aprendendo sobre minha almejada profissão (futuro jornalista, diplomado, diga-se de passagem); 4 – compartilhar, com os que se dispuserem a acompanhar-me, um pouco dos pensamentos, sonhos, ideologias, paradigmas, pré-conceitos (não confundam pelo amor de Deus!), maluquices, momentos, situações e impressões que, como com todo mundo, permeiam minha pacata vida (não sei onde arranjarei tanto assunto, mas tentarei postar coisas significativas!).
Se depender dos meus esforços e da minha vontade, alcançarei esses objetivos. Espero sempre contar com as vossas (ou sua mesmo, se só tiver um leitor) opiniões, dicas, correções, direcionamentos, puxões de orelha (carinhosamente, por favor!) nos seus milhares de comentários. Assim seja!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008