“É a principal, mais poderosa e importante, governante
do Olimpo/Mundo Pop, rainha das deusas e dos homens. Sua arma é o raio (Ray of Light ou, metaforicamente, o diferencial).
Já foi um tanto biscate. Teve diversos casos com deuses (Sean Penn, Guy
Ritchie), ninfos (Jesus Luz, o atual Brahim Zaibat) e humanos (Carlos Leon),
tendo vários filhos semideuses. Em sua sabedoria e soberania inconteste, é ela quem
toma as decisões que influenciam a evolução do mundo. Já era chamada de Queen desde os tempos micênicos, aliás, desde
os anos 1980. Seu poder não é, no entanto, absoluto e indiscriminado. Em sua
trajetória, é nítido o respeito que tem pelas divindades mais antigas (Donna
Summer, Marilyn Monroe) e, de certa forma, também pelas deusas a ela subordinadas
(como Britney, Kylie e Gaga). É representada geralmente como uma mulher madura,
sentada em um trono com um cetro. Seus santuários (leia-se: palcos para shows)
são particularmente grandiosos. É
conhecida por suas aventuras eróticas, principalmente na época de Erotica. Como ressaltou um acadêmico alemão em
seu livro Religião Grega
[adaptado], ‘mesmo as deusas que não são filhas naturais de Madonna dirigem-se
a ela como Rainha, e todas as deusas se põem de pé diante de sua presença’.”
Personalidade: ●●●●
Personalidade: ●●●●
Chegou
em Nova York com 35 dólares. Isso em 1978. Atualmente, tem uma fortuna estimada
em mais de um bilhão de dólares – a primeira artista multimilionária. Seu objetivo
era apenas ser uma dançarina, mas se tornou cantora, produtora musical,
compositora, atriz (em mais de 20 filmes), diretora/produtora cinematográfica
(2 longa-metragens e 2 documentários), escritora e empresária (tem a rede de
academias Hard Candy Fitness).
Apenas
uma pessoa de fibra, determinada e batalhadora como Madonna poderia chegar ao
topo. Madge não é a melhor em nenhuma das atividades citadas, porém faz tudo
com muita qualidade. Como atriz, por exemplo, foi bastante criticada ao longo
dos anos, ganhando vários prêmios Fambroesa de pior atuação. Contudo, também
ganhou um Globo de Ouro como Melhor Atriz pelo papel de Eva Péron, no filme Evita (1996).
A
maior característica da Madonna, a qual a tornou quem é hoje, é ser
“marketeira”. Em uma época quando os homens dominavam a música pop (Michael
Jackson, Prince, David Bowie), ela surgiu vestida de noiva, rolou no chão,
mostrou a calcinha e mudou a história a partir daquele momento. Desde então,
são as mulheres que dominam o universo pop. Todas as cantoras atuais têm seu
lugar ao sol graças ao pioneirismo de Madge. E qualquer coisa que a nova
geração fizer, tenha certeza que Madonna já fez anos atrás.
Muitas vezes foi acusada de ser manipuladora e
de usar as pessoas para subir na vida. A verdade é que ela soube tirar o melhor
das pessoas que estavam ao seu redor. Se alguém não tinha mais nada a
acrescentar, por que mantê-la por perto? Madge também teve sua época “nojenta
de metida/diva”, mas atualmente seus estrelismos são mais irônicos do que
genuínos. Qual a principal crítica acerca dela hoje? Ser velha e erótica ao
mesmo tempo? Preconceito. Talvez esse seja mais um tabu sexual que ela veio
quebrar.
Se tem uma coisa que Madge sabe é se manter no
topo. Sabe como ninguém.
Música: ●●●●●
A
cantora mais bem sucedida da história, segundo o Guinness (300 milhões de cópias vendidas no mundo – apenas outros 6
artistas venderam tanto ou mais que ela), e a segunda que mais vendeu nos
Estados Unidos. Além disso, é o artista internacional de maior lucro no Brasil.
No Reino Unido, é a mais executada nas rádios durante a década de 2000 e com
mais singles em primeiro lugar (13).
Dos 12 álbuns de estúdio, todos chegaram a 1º lugar no
Reino Unido (o artista solo com mais CDs número 1 por lá). Apesar do jejum de
12 anos, continua em 5º lugar com 12 canções a chegarem ao #1 nos EUA.
Madonna
também é uma das cantoras mais premiadas. Foram 274 prêmios ganhos e mais de
400 indicações. Além dos 7 Grammys,
Madonna é a grande veterana do VMA,
tendo conquistado 21 prêmios até o momento. O álbum Ray of Light, por exemplo, recebeu 4 Grammys e é listado pela revista Rolling Stone como um dos “500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos”.
A
Billboard considerou, em 2008,
Madonna como a maior artista solo da história da parada e, no geral, só perde
para os Beatles. Ela é a cantora com mais canções (38) no Top 10 e com mais singles (40) no topo da Billboard Dance/Club Play Songs.
Seus
últimos trabalhos não fizeram tanto sucesso quanto o desejado. Talvez pelo fato
de Madonna não estar mais se reinventando como antigamente. O que ela tem feito
é ver o que já está na moda, procurar produtores e parcerias badaladas (Justin
Timberlake, Timbaland, Nicki Minaj) e fazer músicas “comuns”, atuais.
O último álbum que realmente trouxe algo
novo para o mercado foi o Confessions on
a Dance Floor, de 2005. Não por acaso, ficou em 1º lugar em mais países
(41) até hoje. Além disso, o primeiro single
desse trabalho, Hung Up, alcançou o
topo das paradas em 47 países, ganhando mais um lugar no Guinness Book.
Mesmo não sendo tão ousada quanto antigamente,
Madonna tem uma reputação e um legado musical únicos na indústria.
CD mais vendido: The
Immaculate Collection, 1990 (32 milhões / A coletânea mais vendida por um artista solo).
Maior sucesso: Hung Up, 2005 (9 milhões).
Voz: ●●●
Sem dúvidas, não é a melhor cantora. Todavia, ela
canta bem e tem uma boa voz. Para quem fica duas horas pulando e dançando, o
que ela faz no palco (cantar ao vivo sem desafinar) é um milagre. Poucas conseguem.
Se ela usa playback?
Sim. Em pouquíssimas músicas de um setlist
com mais de 20. E não há nenhum problema nisso.
Performance/Produção:
●●●●●
Madonna
não faz show ou apresentação. Ela faz verdadeiros espetáculos! A
Sticky & Sweet Tour, de 2008,
tornou-se a turnê mais lucrativa de um artista solo, com cerca de 408 milhões
de dólares arrecadados.
Ninguém faz um show como ela. A qualidade
é impecável. A última tour (MDNA) tinha
os maiores telões já utilizados, blocos de LED que se movimentavam, 700 pares
de sapatos e roupas (com um total de 315 mil cristais Swarovski), 22 dançarinos
e cenários produzidos com o pessoal do Cirque
Du Soleil. Os figurinos eram assinados por nomes como Jean Paul Gaultier,
Dolce & Gabbana, Prada e MiuMiu.
Essa foi a 9ª turnê, mas todas revolucionárias.
Seus palcos sempre foram inovadores, e foi ela quem começou a dividir as
músicas em blocos e a contar histórias, fazer alertas e críticas – não apenas
entreter o público. Uma das melhores características de seus espetáculos é
sempre dar uma nova roupagem às músicas antigas. A revista Rolling Stone elegeu a Blond Ambition Tour (1990), por exemplo,
como a 3ª turnê mais marcante da história.
Madge não é
de fazer muitas apresentações, mas também quando faz é para deixar registrado
na memória. Em 1984, ela fez sua famosa primeira apresentação na MTV, cantando Like a Virgin. Inesquecível. 28 anos
depois, ela apareceu no intervalo do Super
Bowl. Os 12 minutos de apresentação fizeram o programa mais visto da
história da TV norte-americana. Igualmente inesquecível.
Apresentação marcante: Super Bowl 2012
Relevância: ●●●●●
Mais do que ser um marco no passado, ela
continua a fazer sucesso e é atual. Não vende músicas como antigamente, nem se
esforça para tal. Ela sabe que o pote de ouro está nos palcos, não nos charts. Seu foco são as turnês mundiais.
E alguém é melhor que ela? Não.
A
maioria de suas polêmicas sempre foram originadas justamente em seus shows –
principalmente em se tratando de questões sexuais e religiosas. Ela simulava
masturbação em 1990 (Blond Ambition Tour),
fazia uma orgia em 1993 (The Girlie Show),
surgia pregada em uma cruz em 2006 (Confessions
Tour) e em 2012 apareceu cheia de armas e matando os dançarinos (MDNA Tour).
Não
foi apenas na música que ela quebrou tabus e reinventou a roda. Se hoje falar
de sexo é algo menos estigmatizado – principalmente mulheres falando sobre isso
– é porque Madonna teve um papel importante no
feminismo e na emancipação das mulheres. No início dos anos 1990, por exemplo, ela
lançou o livro SEX, com imagens
explícitas de nudez, sexo e sadomasoquismo. Em apenas 3 dias foram vendidos 1,5
milhão de cópias, sendo o livro limitado mais bem sucedido da história
editorial. Até hoje, esse é o livro fora de catálogo mais procurado nos EUA.
Na moda, ela também foi revolucionária
desde os anos 1980, quando surgiu o termo “wannabe”
(“quer ser” [igual a ela]) para designar as meninas que imitavam seu estilo
punk de se vestir. Seu sutiã em forma de cone igualmente é histórico. Ela
copiou muitas estrelas do passado (Marilyn e Marlene Dietrich, para citar
algumas) e hoje é bastante copiada. Madge também faz trabalhos sociais. Tem a
ONG Sucess for Kids e a fundação Raising Malawi.
Com 30 anos de carreira, é considerada a
36ª maior artista de todos os tempos, segundo a Rolling Stone, e uma das “25 mais poderosas mulheres do século
passado”, de acordo com a revista Time.
Pelo pique que ainda apresenta, muitos sucessos virão pela frente. Essa mulher
não pretende parar, e o mundo agradece.