segunda-feira, 29 de março de 2010

Memórias Reveladas

No dia 29 de março de 2010, por volta das 16h (horário de Brasília), Ricky Martin postou uma citação de Martin Luther King Jr., em seu twitter (@ricky_martin): “Nossas vidas começam a morrer no dia em que calamos coisas que são verdadeiramente importantes”.*
Minutos depois ele fez um novo tweet, intitulado “Minha vida”*, com um link que era redirecionado para seu site oficial. Quem acessar a página encontrará a seguinte mensagem:

“Nos últimos meses, me dei a tarefa de escrever minhas memórias. Um projeto que sabia ser verdadeiramente importante para mim, porque, desde que escrevi a primeira frase, me dei conta que seria a ferramenta que ajudaria a libertar-me de coisas que vinha carregando há muito tempo. Coisas que pesavam muito. Escrevendo este minucioso inventário da minha vida, me acerquei das minhas verdades. E isto é de se celebrar!
Se existe um lugar que me completa, porque estremece minhas emoções, é o palco - é o meu vício. A música, o espetáculo, o aplauso, estar em frente a um público me faz sentir que sou capaz de qualquer coisa. É um tipo de adrenalina e euforia que não quero que deixe de correr pelas minhas veias jamais. Se vocês, o público e a musa me permitem, espero seguir nos palcos muitos anos mais. Porém hoje, a serenidade me leva a um lugar muito especial, de reflexão, compreensão e muita iluminação. Sinto-me livre! E quero compartilhar isto.
Muita gente me disse que não era importante fazer isto, que não valia a pena, que tudo pelo o que trabalhei e tudo o que havia conseguido se colapsaria. Que muitos neste mundo não estariam preparados para aceitar minha verdade, minha natureza. E como estes conselhos vinham de pessoas que amo com loucura, decidi seguir em frente com minha “quase verdade”. MUITO RUIM. Deixar-me seduzir pelo medo foi uma verdadeira sabotagem à minha vida. Hoje me responsabilizo por completo por todas minhas decisões, e por todas minhas ações.
E se me perguntarem no dia de hoje: “Ricky, de que você tem medo?” Eu responderia: “Do sangue que corre pelas ruas dos países em Guerra, da escravidão sexual infantil, do terrorismo, do cinismo de alguns homens no poder, do sequestro da fé”. Porém medo da minha natureza, da minha verdade? NÃO MAIS! Pelo contrário, estas me dão valor e firmeza. É justo o que necessito para mim e para os meus, ainda mais agora que sou pai de 2 criaturas que são seres de luz. Tenho que estar à sua altura. Seguir vivendo como o fiz até hoje, seria opacar indiretamente esse brilho puro com o qual meus filhos nasceram. JÁ BASTA! AS COISAS TÊM QUE MUDAR! Estou certo que isto não significa que aconteceria há 5 ou 10 anos atrás. Isto significa que aconteceria hoje. Hoje é meu dia, este é meu tempo, meu momento.
Que acontecerá de agora em diante? Quem sabe. Somente posso me focar no que estou vivendo agora. Estes anos em silêncio e reflexão me fortaleceram e me recordaram que o amor vive dentro de mim, que a aceitação a encontro em meu interior, e que a verdade só traz a calma. Hoje, para mim, o significado de felicidade toma outra dimensão.
Foi um processo muito intenso, angustiante e doloroso, mas também libertador. Juro a vocês que cada palavra que estão lendo aqui nasce de amor, purificação, fortaleza, aceitação e desprendimento. Que escrever estas linhas é a aproximação à minha paz interna, parte vital da minha evolução. Hoje ACEITO MINHA HOMOSSEXUALIDADE como um presente que me dá a vida. Sinto-me bendito de ser quem sou!

RM”*

Que o Ricky seja inspiração para muitas outras pessoas se aceitarem como são e serem verdadeiramente felizes. Que ele seja exemplo do que é passar anos tentando esconder o que se é, sem nunca alcançar a paz interior – e que muitos não precisem passar por isso para perceber a realidade. Porque, antes de tudo, o Ricky continuará a ser essa pessoa abençoada, que alegra nossas vidas com sua música, e que busca transformar, por meio de seus inúmeros trabalhos sociais, o mundo em um lugar melhor.
Parabéns, Ricky, por dar este importante passo na sua vida! Todos os seus fãs continuarão a te amar, ou melhor, passaremos a te amar mais ainda, porque agora te vemos como você realmente é! Que Deus te abençoe!

Life, it's the only thing that you get for free
Free is what we all want to be


* Tradução livre do espanhol para o português.
Fonte: @ricky_martin my life- my vida: http://bit.ly/rmlife

sábado, 27 de março de 2010

Filmes 2010 – Take 1

Quem não me conhece, ao ler o meu blog até o presente momento, verá que adoro viajar, mas, curiosamente, não têm noção de outro vício meu, do qual não consigo me abster. Curiosamente, porque até mesmo eu me pergunto o motivo de tanta demora até este primeiro post. Minha droga é o cinema!
Nada como, em um momento de stress, ou por pura diversão, injetar um pouco (ou muito, dependendo do “entorpecente”) de emoção, terror, suspense, diversão, romance; e ingerir pequenas substâncias brancas (leia-se pipoca) com líquidos corrosivos (não chega a ser soda cáustica, é a Coca-cola mesmo). E ficar “doidão”!
Algumas vezes, a “viagem” é tão grande, que rimos de qualquer coisa, até mesmo da Paris Hilton morrendo na Casa de Cera (aquilo era para rir, estou certo?!). Em outras horas, baixa o espírito de um gênio e filosofamos sobre coisas profundas. Podemos acabar desidratados de tanto chorar. Ou, dependendo do espírito, queremos mesmo é ver “o bicho pegar” e sangue para todo lado. “Jigsaw wanna play a game”.

Uma das minhas resoluções para 2010 é ver, no mínimo, 150 filmes – o que dá três filmes por semana, durante todo o ano. Parece fácil, mas não é. Até agora estou cumprindo. No próximo post, você confere os 11 filmes (não consegui retirar um para formar o Top 10) que vi até agora e que mexeram comigo de alguma forma.

*Os filmes que cito, eu ASSISTI em 2010, mas eles não foram lançados, necessariamente, neste presente ano.

1º - Inglourious Basterds (Bastardos Inglórios) (2009)
Filme de Quentin Tarantino.
Lançado no Brasil em outubro de 2009.
Concorreu a 8 prêmios Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Fotografia e Melhor Roteiro Original.
Christoph Waltz ganhou vários prêmios em diversos festivais pelo mundo, incluindo o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, pelo papel do Standartenführer (Coronel) Hans Lada, conhecido como “O Caçador de Judeus”.
O primeiro filme que vi do Tarantino – Sim! Eu não vi AINDA Pulp Fiction. Somente vi O Albergue 2, que é um dos roteiros dele – foi o melhor longa nestes três primeiros meses do ano. (Vamos ver até dezembro.) É um filme genial, que conta uma nova versão da história de Hitler, na qual os judeus (Bastardos Inglórios) são os perseguidores dos nazistas, na França. A fotografia é belíssima. Podemos perceber isso principalmente nas primeiras cenas do filme, em que Hans Lada visita a casa de um camponês, atrás de uma família judia desaparecida. A tensão é palpável. Shosanna (Mélanie Laurent) é uma mártir. E quem duvida do italiano fluente do Tenente Aldo Raine (Brad Pitt) – “Buongiorno”? Definitivamente merecia ganhar o Oscar de Melhor Filme!
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2º - A Single Man (Direito de Amar) (2009)
Filme de Tom Ford.
Lançado no Brasil em março de 2010.
Colin Firth concorreu ao Oscar de Melhor Ator.
A pergunta, que eu e alguns amigos nos fizemos ao final da exibição, foi: como esse filme somente concorreu a uma única categoria no Oscar? E, com todo respeito ao merecido Jeff Bridges, ainda perdeu? Pergunto-me se não foi pelo fato do diretor ser um renomado estilista e estreante na 7ª Arte. A verdade é que o filme é lindíssimo. E, para alguns críticos, este é justamente o problema da película – ser bonita demais, ao ponto de tirar a atenção da história. Contudo, se ao menos a beleza é incontestável, como não concorreu ao Oscar de Melhor Fotografia? É melhor eu parar com minhas indignações por aqui. Ao meu ver, a história não ficou em segundo plano, e o Colin, no papel de George, fez um trabalho de extrema sutileza e profundidade. Muitos dizem que ele nunca mais chegará a esse patamar. Julianne Moore também está estonteante no filme (e também ignorada pela Academia). O novo queridinho Nicholas Hoult, no papel de estudante universitário, é uma promessa. Impossível não se comover com a história desse amor – quem julga por ser gay? –, com a dor do protagonista e não pensar sobre perda, sobre morte. Destaco o jogo de iluminação que existe no filme, o que é bastante interessante e inovador. Tudo realmente é absolutamente lindo. Somente não foi “lindo” o Oscar não ter reconhecido isso.
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3º - Up in the Air (Amor sem Escalas) (2009)
Filme de Jason Reitman.
Lançado no Brasil em janeiro de 2010.
Concorreu a 6 Oscars, incluindo Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Roteiro Adaptado e teve duas atrizes entre as concorrentes a Melhor Atriz Coadjuvante.
É um filme controverso. Não em relação à sua qualidade técnica – alguém duvida? Mas quanto à temática mesmo. Muita gente não gostou do filme. Eu já achei genial. Mas concordo que foi um pouquinho longo demais, porém não fiquei cansado. O problema em relação à história é que não é algo aparentemente interessante (o trabalho de Ryan Bingham – George Clooney – é demitir as pessoas) e, em sua maior parte, não é otimista. Contudo, é justamente isto que torna o filme tão único e especial. Vera Farmiga, como Alex Goran, e Anna Kendrick, como Natalie Keener, foram super competentes. Uma amiga nunca viu tamanha comoção no cinema como quando um segredo envolvendo a primeira é revelado. E o choro da segunda é memorável. O filme discute sobre relacionamento e conexões. Nem preciso dizer que a Academia vacilou em não dar, ao menos, o Oscar de Melhor Roteiro. Va-ci-lou!

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4º - (500) Days of Summer ((500) Dias com Ela) (2009)
Filme de Marc Webb.
Lançado no Brasil em novembro de 2009.
Pode até chegar a ser considerada apenas mais uma comédia romântica, porém ela é mais do que isso – ao menos, está acima da média. O filme começa alertando que é uma história em que um garoto (Tom Hansen – Joseph Gordon-Levitt) conhece uma garota (Summer Finn – Zooey Deschanel), mas não é uma história de amor. Um dos questionamentos principais é: as situações determinantes nas nossas vidas acontecem por destino ou coincidência? Apesar de não concordar muito com a conclusão final, mexeu muito comigo. Com bons atores, boa trilha sonora, boa montagem e bom roteiro, claro, o filme surpreende e encanta. O importante é saber que, destino ou coincidência, as situações continuam a mudar, como as estações.

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5º - An Education (Educação) (2009)
Filme de Lone Scherfig.
Lançado no Brasil em fevereiro de 2010.
Concorreu a 3 Oscars – Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Atriz.
Garota se apaixona por cara bem mais velho. Envolvem-se e ela larga tudo por ele. Parece um roteiro batido, mas a perfeição das atuações, com destaque para a protagonista Carey Mulligan, como Jenni – e todos os outros coadjuvantes não ficam para trás –, detalhes do roteiro e boa direção fazem do longa um filme memorável. Interesses e sonhos estão em jogo, e todo mundo quer dar um pitaco no rumo da vida da Jenni. O playboy mais velho, David (Peter Sarsgaard), é peça-chave para as decisões da jovem estudante.

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6º - The Hurt Locker (Guerra ao Terror) (2009)
Filme de Kathryn Bigelow.
Lançado no Brasil em fevereiro de 2010.
Concorreu a 9 Oscars e venceu 6, dentre eles Melhor Filme, Roteiro Original e Montagem.
Bigelow foi a primeira mulher a ganhar o prêmio de Melhor Diretora.
Sem dúvidas o filme é muito bom e perfeito na parte técnica. Contudo, para mim, não merecia ganhar o prêmio de Melhor Filme do ano. O frisson todo aconteceu porque a diretora era concorrente do seu ex-marido, James Cameron, diretor de Avatar. Jeremy Renner, na pele do Sargendo William James, fez um ótimo trabalho. O filme, que conta a história dos soldados especializados em desarmar bombas, é tenso do começo ao fim. A qualquer momento a bomba pode explidir. Qualquer um pode ser terrorista. Mesmo tendo ótimas cenas, ainda não consegui engolir esse prêmio.

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7º - Avatar (2009)
Filme de James Cameron.
Lançado no Brasil em dezembro de 2009.
Concorreu a 9 filmes e venceu 3 – Direção de Arte, Fotografia e Efeitos Visuais.
Dizer que é a maior bilheteria da história do cinema é pouco? 12 anos depois de estreiar Titanic, o penúltimo filme do diretor e, até então, a maior bilheteria, Cameron voltou com essa perfeição em terceira dimensão. O visual do filme é emudecedor. As imagens de ação em 3D são de tirar o fôlego. E toda a parte criativa e de arte do filme é irrepreensível. Contudo, pensando apenas na parte “física”, a parte “intelectual” ficou esquecida, refletindo em um roteiro batido – exatamente o que tirou o posto de Melhor Filme. A história pode até ser moderninha (exploradores capitalistas que destroem a natureza sem dó), mas todo mundo também já viu o colonizador se apaixonar pela nativa. Nós é que dizemos: Tenha dó!

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8º - Sherlock Holmes (2009)
Filme de Guy Ritchie.
Lançado no Brasil em janeiro de 2010.
Concorreu a 2 Oscars.
Robert Downey Jr. (Sherlock) e Jude Law (Dr. Watson) não poderiam ter formado melhor dupla de investigadores. A direção de arte do filme é muito boa e mereceu ter recebido a indicação da Academia, assim como a trilha sonora. Guy conseguiu, por meio de inúmeros ensaios, fazer cenas milimetricamente compassadas. Inúmeros momentos engraçados são garantidos. E como uma cena (imagem) vale mais do que mil palavras: a cena da explosão dos barris não poderia ter ficado mais perfeita. Nada melhor para os olhos!

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9º - The Blinde Side (Um Sonho Possível) (2009)
Filme de John Lee Hancock.
Lançado no Brasil em março de 2010.
Concorreu ao Oscar de Melhor Filme.
Sandra Bullock, desbancando Meryl Streep, ganhou o prêmio de Melhor Atriz.
É bem capaz de você já chorar no trailer. Entretando, o filme não é tão melancólico quanto parece. Também não é tão fantástico quanto parece. O grande trunfo está na interpretação da Sandra Bullock, e prova que uma boa atriz interpreta até mesmo papéis “simples”, sem personalidade bem marcada. Claro que Leigh Anne Tuohy na vida real não é qualquer mulher – a história dela é uma lição e nos mostra o poder da família. Eis o encanto da película: saber que tudo aquilo aconteceu de verdade. Um filme em que o preconceito não tem vez. Temos muito o que aprender com esses exemplos de vida.

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10º - Prayers for Bobby (Orações Para Bobby) (2009)
Filme de Russell Mulcahy.
Lançado na TV estadunidense em janeiro de 2009.
Sigourney Weaver concorreu a 4 premiações pelo seu papel, incluindo Melhor Atriz em Filme para TV, no Globo de Ouro.
Este é um filme para a televisão que fala sobre homossexualidade, igreja, crenças e família. Baseado em fatos reais, talvez nem seja interessante ler ou ver o trailer – a não ser que não se importe em conhecer o desfecho da história. Infelizmente, não é possível encontrar o filme no Brasil, mas dá para fazer o download pela internet. A história aborda basicamente o relacionamento entre Bobby Griffith (Ryan Kelley) e sua mãe Mary Griffith (Sigourney Weaver). Em muitos momentos chocantes, o filme emociona profundamente – impossível não chorar (muito!). Faz-nos refletir sobre o fanatismo religioso, respeito à diversidade e amor, acima de tudo.

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11º - Shutter Island (Ilha do Medo) (2010)
Filme de Martin Scorsese.
Lançado no Brasil em março de 2010.
Ok. Não se trata exatamente de uma história original e o roteiro tem, sim, algumas falhas. Talvez pela minha falta de expectativa, acabei me surpreendendo bastante. Leonardo DiCaprio interpreta o policial federal Teddy Daniels que vai para a citada ilha investigar o (suposto) desaparecimento de uma paciente louca. Todo mundo pode não ter se surpeendido com a primeira virada da história, mas é justamente o desfecho (muito bom!) que me fez acrescentar este filme na minha lista. Ele conseguiu fazer com que eu ficasse na dúvida em relação ao personagem e, quando tudo foi revelado, realmente eu não esperava. A cena em que o Teddy encontra a esposa e os filhos em casa é bem forte. E a última fala do filme é estarrecedora. Sobre o Martin Scorsese? Ele nem precisa de comentários. Sempre é ótimo no que faz!

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quinta-feira, 18 de março de 2010

SP Third Time + Guarapa

Visitei Guarapari - ES, pela quarta vez, entre dezembro e janeiro, e fiquei 19 dias fora, na praia, com minha família (pais, irmão e avós). Aproveitei para conhecer Vila Velha (duas praias, Convento da Penha, Fábrica da Garoto e shopping) e Vitória (feirinha e shopping). Foi uma viagem mais para descansar e realmente não fazer nada. No Natal fizemos um churrasco no condomínio e Ano Novo foi na praia do Morro, com direito a parquinho de diversões. O condomínio que ficamos é muito bom e final de ano enche muito. A piscina ficava cheia de corpos jovens e bonitos – adorava ficar lá tomando banho de piscina ou apenas lendo um livro.
As praias que recomendo em Guarapari, na ordem das que mais gostei, são:
- Praia dos Padres: entre Nova Guarapari e Meaípe, é uma praia pequena, dentro de uma propriedade particular. Em algumas épocas é bastante freqüentada por surfistas. É linda! Foi nessa praia que tenho uma das minhas melhores lembranças da viagem.
- Praia do Morro: a principal de Guarapari e a mais badalada. Se você gosta de gente, esse é o lugar! Dependendo do dia, tem ótimas ondas. E no final direito da praia tem uma trilha bem legal, que leva a outras praias e a umas pedras!
- Praia dos Castelhanos: depois de Meaípe. Fui por dois dias. Em um deles, a água estava bem parada, no outro dia, eu peguei as maiores ondas de toda a viagem. A praia é ótima!
- Praia de Peracanga: em Nova Guarapari, é um pouco mais familiar, mas bem bonitinha. Tem dia que enche também. Na ponta esquerda da praia, onde tem mais ondas, avistei uma tartaruga nadando perto de mim.
- Praia de Bacutia: ao lado da anterior, é o point dos jovens e bonitos! Simples assim. Todas as pessoas bonitas de Guarapari estão nessa praia.
- Praia de Setiba: no caminho para Vitória. É bem cheia, mas bem legal também!


Em fevereiro, fui à São Paulo pela terceira vez, com mais dois amigos de Brasília – Thyago, viajante e participante da comunidade do Eber, e Stênio. Os motivos eram três: ir a uma boate, ir ao show da Beyoncé e ir ao Hopi Hari.
Na ida, de ônibus, eu e Thyago passamos por uma situação terrível: nosso ônibus foi assaltado. Na verdade, a maioria dos ônibus está sendo assaltada entre o final de GO e MG. Não vou relatar o acontecido, mas me levaram celular, relógio, câmera fotográfica, dinheiro e mochila – restaram as roupas. Ninguém se feriu e os ladrões foram até gente boa, tratando todo mundo bem e deixando cartões, documentos, cheques, chip’s de celular, etc. Tirando o susto e o fato de ter que fazer uma pequena dívida pra curtir a viagem, tudo deu certo. Fiz tudo o que queria.
Na sexta-feira, dia em que chegamos, fui direto para o albergue Casa Club Hostel Bar (Vila Madalena. R$35 a diária – com um bar embaixo bem badalado), que era o hostel mais próximo do Morumbi (40min de ônibus) e em um dos melhores bairros (amei a Vila Mada!), a 1km da boate que fomos. Depois de tomar um banho e comer, fui buscar meu ingresso do show no Shopping Morumbi e conhecer o caminho até o estádio Morumbi. Acabei encontrando o Thyago no final da tarde, pois foi buscar o ingresso também. À noite, quando o Stênio chegou, fomos fazer nosso primeiro programa – ir à boate gay Bubu. A melhor de São Paulo! O lugar é simplesmente fantástico e nenhum lugar em Brasília chega perto de lá. São duas pistas bombantes (uma pop e outra eletrônica), além do lounge. Ficamos de 1h às 4h dançando sem parar. Não vejo a hora de voltar. Dica: na Sexta Fun! a entrada custa R$40 – eu e o Stênio consumimos pouco e na saída cobraram somente o valor da entrada. Achamos o máximo. “Eles nem viram o que consumimos!” Viemos a descobrir depois que era 40 reais “consumação” – poderíamos gastar até esse valor em bebidas! Isso é o que dá ser da roça e não freqüentar baladas que prestem! Obs.: foi a primeira boate que fui na vida! Comecei com o pé direito, definitivamente.
Sábado foi dia de show da Beyoncé. Cheguei ao estádio às 9h30 da manhã, sozinho, já que não tinha notícias do Thyago e o Stênio tinha ido buscar o ingresso dele. Logo fiz amizade na fila com um pessoal de SP mesmo. O que eu fiquei triste é que a fila estava enorme, bem diferente de quando fui ao show da Madonna. Depois de horas debaixo de um sol escaldante, às 15h, abriram os portões para entrar no estádio. O primeiro terço da Pista é insuportável, muito apertado e, debaixo do sol, estava terrível – só vale a pena se estiver perto da grade. O Stênio desistiu e foi para trás, e acabei indo também quando o Thyago chegou. Eis que nossas preces foram atendidas e o sol sumiu. Um chuvisco seria ótimo! Mas não. A prece de 60 mil pessoas pedindo um chuvisco gerou uma tempestade! O chão inundou, telões foram destruídos – eu JUREI que o show fosse ser cancelado! Então resolvemos nos abrigar dentro do estádio. Meus amigos de fila, que hora nenhuma arredaram o pé da muvuca, nem debaixo de chuva, acabaram chegando à grade da Pista. Inveja! Meia hora antes de o show começar, depois de torcer toda a roupa e da chuva ter parado, Eber e Jenni finalmente chegaram e fomos para o gramado. Acabamos ficando no meio da Pista e vimos todo o show pelo telão, basicamente. Ivetinha abriu o show, mas nem deu para prestar muita atenção, pois os telões ainda estavam sendo arrumados e nós procurávamos um bom lugar. O que falar do espetáculo da Beyoncé? É fantástico como deveria ser o show de uma diva! Só perde para Madonna e Kylie. Ela é a negra mais linda que já vi, com altas caras e bocas, e a melhor dançarina, sem falar na voz arrasadora. As melhores partes para mim foram os interludes de Sweet Dreams e Single Ladies (que mostra vários fãs dançando, além de famosos como o Justin Timberlake e Obama); as músicas Radio, Get me Bodied, Diva... Bem, todas! Em um dos vídeos, mostra-a criancinha cantando – desde pequena uma artista. Eu queria que me tivesse acontecido uma dessas quatro coisas:
1- Estar no corredor, dentro da área Vip, por onde ela passa para ir ao palco separado, e pegar na mão dela!
2- Que ela me perguntasse “What’s your name? [...] What’s my name?” e ter respondido “Beyoncé, girrrrrl!”. Além de ganhar uma toalhinha com o suor dela.
3- Que ela me visse, na parte que começa a descrever alguns fãs, por exemplo: “I see you... with your white T-shirt and a brazilian flag in your hand...”.
4- Ser meu aniversário, para que ela cantasse Happy Birthday to me...
Por fim, no domingo, boa parte dos meus amigos da comunidade ‘Eber, quero fazer um mochilão’ se encontrou para um Orkontro no Hopi Hari! Outro sonho realizado. Foi um dia fabuloso, em que nos divertimos muito em brinquedos como a Torre Eiffel (que o Stênio jura que nunca mais vai na vida), com seus 69 metros de queda em 3 segundos; Montezum, a maior montanha-russa de madeira da América Latina; Looping, unanimidade para todos; e, como não poderia deixar de ser, o Skycoaster – 53 metros de altura, 20 metros de queda livre, com velocidade que chega a 120km/h e passa a 2 metros do chão. Loucura total! Eu quase morri do coração, mas valeu a pena! O dia terminou na pizzaria que foi o primeiro lugar que sai em SP.
Lu, Clayton, Isa, Deise, Lu de Melo, Eber, Gus, Vana e Elvis – adorei rever alguns de vocês e conhecer alguns de vocês! Obrigado por toda a ajuda (incluo aqui também a Manu, que mesmo não a vendo, ligou pra mim). Espero voltar em breve e passar mais um dia maravilhoso na vossa presença!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Chapada dos Veadeiros (terça – 13.10)

A volta para casa foi tranqüila.
Eu e Elvis acordamos, nos arrumamos, tomamos café e esperamos o ônibus passar pelo vilarejo em direção a Alto Paraíso, onde o Elvis desceu e continuou com seu mochilão.
Cheguei em casa, são e salvo, com a sensação de ter feito a melhor escolha possível no sábado de manhã!

Dicas:
Ônibus São Jorge – Brasília: desculpem-me, mas eu não lembro exatamente que hora ele parte da cidade. Contudo, basta você perguntar para qualquer um do comércio que eles te informam o horário e o ponto onde o ônibus pára. O preço é o mesmo, porém se você for descer antes, como o Elvis, obviamente o preço é menor.

Chapada dos Veadeiros (segunda – 12.10)

Este foi o dia que o grupo se dividiu. Somente eu e o Elvis ficaríamos mais um dia e noite na Chapada. Por isso, resolvemos que visitaríamos o Parque Nacional Chapada dos Veadeiros. Enquanto isso, o pessoal iria visitar outra cachoeira e, de lá, já ir embora. Depois do café da manhã e das despedidas, fomos para o Parque.
É possível ir a pé até a entrada do Parque Nacional, que possui duas trilhas – a dos Cânions e a dos Saltos. Escolhemos a primeira, apesar de, por ser período de cheia, um dos cânions não poder ser visitado por causa do perigo da correnteza e da quantidade de água. Esperamos alguns minutos até outros dois caras chegarem e, assim, dividirmos um guia – mais barato.
Nosso guia se chamava Zico. Começou explicando um pouco do lugar e falou a seguinte frase: ”Daqui não se tira a não ser fotos. Não se deixa a não ser pegadas. Não se leva a não ser lembranças” – amei!
A trilha começou. Conhecemos um buraco profundo de onde pedras valiosas eram extraídas muitos anos atrás, antes do parque ser protegido. E, na primeira hora de caminhada, tivemos duas surpresas: uma cobra-sem-cabeça e uma cobra-cipó no nosso caminho. Ainda bem que o guia – lembrando que é obrigatório! –, com o olhar treinado, avistou antes de todos e nos alertou. Para animar mais ainda, ele relatou a história de que há onças na região e, por isso, não pode demorar demais para voltar à sede, como uma vez aconteceu com um grupo guiado por ele – segundo seu relato, ele desconfiava no caminho de volta que havia uma onça por perto, mas para não amedrontar a todos, somente mandou andarem mais rápido e ficou por último na fila. Medo! Não vimos nenhuma – graças a Deus!
Durante o passeio conhecemos dois cânions – só conhecemos o Cânion II – e a cachoeira das Carioquinhas. Para chegar nesta última, era preciso descer um barranco muito íngreme e, para completar, nesta hora, o tempo tinha começado a fechar e a chuviscar, porém parou pouco depois. Resumindo: vale muitíssimo o passeio, são muito legais e lindos os lugares! Nas Carioquinhas não é possível chegar aonde a água cai mesmo, pois é muito forte e a correnteza é um pouquinho perigosa, mas há salva-vidas no lugar.
Elvis e eu tiramos várias fotos em umas pedras enormes que tem pelo lugar. Em um momento, ele resolveu que iria tirar foto do outro lado do rio, e foi atrás de uma passagem pelas pedras para o outro lado. Nesta hora, o guia estava com os outros rapazes em outra parte do rio, onde se refrescavam. Essa criatura, louca, me resolve ir lá do outro lado, me some de vista, enrola horrores... O guia até apareceu para chamar a gente e eu: “Ele está logo ali, já voltamos!”. Nem tinha como gritar pelo Elvis, até porque aí é que o guia ia achar que estávamos em perigo mesmo. Eu, preocupadíssimo, comecei a ir atrás dele. Depois de pelo menos uns 15 minutos ela volta, dizendo que foi tentar atravessar o rio lá em cima, mas a correnteza estava forte e resolveu voltar.
A volta foi bem cansativa, ainda mais que no dia anterior tínhamos andado mais de 15km. Contudo, como chegamos cedo ao camping, somente almoçamos e resolvemos conhecer outra atração da Chapada – o Raizama. E lá fomos nós andar muito mais... Agora eu estava de chinelo, porque não estava agüentando meu pé.
Andamos razoavelmente e chegamos ao local que, muitas vezes, faz shows – como no dia que chegamos, mas resolvemos não ir. Já era umas 16h e o local fechava às 18h. A trilha é meio circular, você sai da entrada pela direita e chega pela esquerda.
No caminho, encontramos umas quedinhas d’água e, a principal atração, um cânion enorme, que vamos andando pela sua beirada, do alto, em boa parte do caminho. O local é cheio de pedras enormes também.
Ao tirar fotos em uma parte do rio, que desemboca no cânion, eu resolvi subir em uma pedra no meio do riozinho. O Elvis “tirou a foto”. Na volta, eu me desequilibrei e meu chinelo simplesmente resolveu ir embora, rio abaixo! Por um segundo pensei em sair desabalado atrás dele, mas seria perigoso. Meio rindo, meio puto da vida, voltei para o chão firme. E agora? Vou ter que fazer o resto da trilha com um pé descalço (meu pé só é acostumado a sentir a cerâmica da minha casa e a palmilha do meu tênis)? E, quando terminar a trilha, vou ter que voltar para o camping pelo cascalho (tudo devia dar uns 3km)?
...
Em casa, vendo meus arquivos da câmera, descobri que o Elvis ACHOU que tirou a foto, de fato, ele filmou. Na filmagem, mostra ele “terminando de tirar a foto”, e a câmera fica do lado do seu corpo, filmando mais o chão. Dá para ver o momento que eu tropeço e meu chinelo vai embora. Hilário!
...
Acabei amarrando uma sacola de plástico no meu pé descalço e fomos seguir a trilha. Detalhe: já estava escurecendo e, por causa dessa fatalidade, o ritmo do passo seria mais lento. O próximo obstáculo era subir um lugar íngreme, do lado de um barranco ENORME – só para ter uma idéia, você tinha que subir com a ajuda das mãos, para não correr o risco de desequilibrar. Eu, muito estressado, não estava nem aí, e subi rapidinho, sem nem olhar para o lado. O Elvis demorou, ficou morrendo de medo na subida. Quando chegamos à entrada do Raizama, meu pé estava inteiro, só estávamos nós de visitantes no lugar, e, em poucos minutos, virou noite.
Para nossa sorte – bem mais minha! – o pessoal que trabalhava lá iria voltar para São Jorge e nós poderíamos pegar uma carona na caçamba da caminhonete. Foi minha salvação! Além de andar de carona, curtindo um ventinho, salvando meu pé de machucados e bolhas, descemos praticamente na frente do camping. Ainda bem que perdi o chinelo! Não agüentava mais andar.
A última providência antes de dormir, e depois de tomar banho e comer, claro, foi sentar com o Elvis e discutir o roteiro dele em relação ao resto do mochilão.

Informações:
Guia para uma das trilhas do Parque Nacional: R$15 por pessoa (grupo de 4 pessoas).

Chapada dos Veadeiros (domingo – 11.10)

6h da manhã estávamos todos levantando. Não dormi nada na primeira noite – não sou acostumado a dormir no chão, sem travesseiro –, foi um martírio, ainda mais porque havia os roncos, música até tarde da noite (mas isso também só foi esse dia, não parece ser uma constante no camping!).
Plano do dia: fazer a Trilha do Segredo. Depois do café, lá fomos todos nós. É bom avisar, para quem não sabe, que ir para a Chapada dos Veadeiros sem carro complica chegar em vários lugares de visitação. O Parque Nacional em si é bem tranqüilo de se chegar, mas muitas outras cachoeiras, termas e, inclusive, o Vale da Lua, somente se vai de carro ou com guias motorizados – aí lá vai mais grana! Mas impossível também não chega a ser.
Depois de comer muita poeira, chegamos à entrada da propriedade onde se encontra a cachoeira do Segredo. Por sinal, esse lugar é realmente encantado e bem guardado. Como o Elvis dizia: “o pote de ouro no fim do arco-íris”. São 8km de trilha moderadamente difícil, e aproximadamente 14 vezes que se atravessa (o mesmo) rio somente para chegar lá, ou seja, 16km no total e quase escorregar pelas pedras do rio umas 30 vezes.
Um homem e seu filhinho (que até tirou uma foto nossa) nos receberam super simpáticos e deram algumas explicações sobre como chegar no Segredo. E a trilha começou...

O lugar é fantástico, muito lindo. Com o tempo bom, tudo ficava mais perfeito ainda. A vegetação, os animais (inclusive uns insetos bem estranhos), o rio, o céu... tudo estava espetacular.
Na maior parte da trilha não encontramos outras pessoas, e quase todo o caminho é bem claro, não tem erro. Somente em uma parte da trilha, quando fomos atravessar uma parte do rio, não vimos a continuação do outro lado – troncos de madeira formavam uma escadinha, e achamos que fossem apenas troncos caídos –, então, resolvemos seguir rio acima, pela água mesmo. Passamos por umas partes bem complicadas e percebemos que realmente esse não era o caminho, mas não compensava mais voltar. Acabamos chegando a uma espécie de “poço” formado pela água do rio e, do lado, a trilha verdadeira. Enquanto nos refrescávamos, um grupo passou e descobrimos qual era o verdadeiro caminho.

O que posso acrescentar do trajeto é que realmente em algumas partes as pedras ficam muito escorregadias e, em algumas delas, você pode acabar encontrando algumas aranhas. Boa parte da trilha é sombra, por causa das árvores, mas uma considerável parte é debaixo do sol forte – proteção é indispensável! E, acima de tudo, é preciso gostar de andar, e MUITO.
Depois de andar umas três horas, nós finalmente chegamos à Cachoeira do Segredo – e que segredo! Conheço poucas cachoeiras, então posso dizer que é a mais bonita que eu já vi.
Todo mundo tirou várias fotos e ficamos admirando a beleza da água caindo 70 metros. Claro que entramos na água – gelada – e fomos até as pedras, para sentir a força da água caindo nas nossas costas. Quem não sabe nadar não vai poder aproveitar muito, porque o lugar é realmente fundo – uma alternativa é levar um colete salva-vidas, como outro grupo fez e pegamos emprestado para a Manu e Elvis.
Poucas horas depois, o tempo ameaçou fechar e a questão das “trombas d’água” foi uma pequena preocupação – já que não sabíamos se rio acima realmente havia chovido. Inclusive um guia que estava com outro grupo pediu para juntarmos nossas coisas para facilitar na hora de uma possível fuga. Obviamente não aconteceu nada e, se o perigo fosse realmente iminente, esse mesmo guia ia mandar todos nós nos retirarmos do lugar.
A volta teve mais ou menos a mesma duração da ida, só que agora todos mais tranqüilos, relaxados – como toda “volta pra casa”. No meio da trilha, nosso grupo se dividiu em três, já que alguns preferiram ficar pelo meio do caminho e tomar mais um mergulho no rio.
Eu e Manu fomos os primeiros a chegar à casa do proprietário do terreno – isso depois de passarmos morrendo de medo pelo pasto, onde havia um boi chifrudo com cara de mau. Parece que quando o Thyago estava chegando com o restante do grupo foi “brincar” com um e saiu rapidinho depois.
Contudo, enquanto esperávamos o pessoal, eu e Manu ficamos reparando na fazenda. Em um mesmo espaço havia cachorro, gato, galinha e pintinhos, porco, cavalo, papagaio, pássaros, além das vacas e bois. Acho que tinha até coelho. O “loro” não quis dar muita bola para mim, mas a Manu conseguiu se aproximar dele.
Além disso, meu tênis abriu e teve que ir para o lixo quando cheguei em casa. Meu pé ficou como de morto, branquíssimo e enrugado, do tanto que atravessamos águas e mais águas. Tirando o cansaço e a dor de tanto andar.
Um dos problemas da trilha é: ao atravessar as várias partes do rio, você acaba pegando carrapatos! Algumas pessoas descobriram isso no meio da trilha e eu, na rápida procura no local, não achei nenhum. Ao voltar para o camping, no banho, encontrei uns quatro na minha perna. E, assumo, quando eu cheguei em casa (um dia e meio depois) ainda cheguei a achar mais uns dois. Aonde eles se alojaram, eu fiquei coçando por umas duas semanas e as cicatrizes devem ter durado um mês. Mas ok, ossos “da trilha”.
De volta ao camping, depois de tomar banho, tirei um cochilo enquanto o pessoal também se arrumava, descansava e conversava. Quando a comida ficou pronta foram me chamar. Quem preparou o macarrão foi o Fernando. MEU DEUS! Foi o melhor macarrão que comi em toda minha vida! Todos elogiaram muito, mas como não deu para todo mundo, acabamos indo na cidade comer mais um pouco – no meu caso, crepe.
Na volta, fui dormir, mas muitos do grupo ficaram até altas horas conversando ao redor da fogueira – já que era o último dia de todos, menos eu e Elvis, que resolvemos ficar um dia a mais na Chapada.

Informações/Dicas:
Trilha do Segredo: R$10 por pessoa e mais R$5 por carro.
Crepe: R$13 o “Vitória” (frango, milho verde, azeitona, tomate) – não gostei muito não.
Café da manhã: tudo (pão, presunto, queijo, leite) é um pouquinho mais caro na cidade.

Chapada dos Veadeiros (sábado – 10.10)

Sábado de manhã, ainda na cama, pensei no que EU poderia fazer para conseguir essa grana – ter essa mudança de visão, trazer a responsabilidade também para mim, era o que faltava para eu ter uma luz. Levantei correndo, passei no banco e saquei um limite de crédito que tinha usado uma vez sem querer, e voltei para casa. Tive que me arrumar e preparar minha mochila em apenas 1 hora. Cheguei à rodoviária de Brasília faltando 20 minutos para o ônibus sair para São Jorge.
Já na Rodoviária do Plano as preocupações eram outras. Primeiro não tinha passagem, mas sempre dá-se um jeito, e eu iria até em pé, se fosse o caso. Apesar de o ônibus lotar, eu fui sentado durante toda a viagem, e em Brasilinha apareceu um ônibus extra. Detalhe: fico impressionado com o tanto que certas pessoas são folgadas – uma senhora parou o ônibus para comprar laranja na beira da estrada! Haja paciência!
Outra preocupação era onde estariam Elvis e Lis. Eles não chegaram a tempo do ônibus partir. O Elvis não tinha me ligado no dia seguinte, então não eu não sabia nem onde, nem quando ele chegaria. As opções eram: ou ele simplesmente não chegou a tempo; ou recebeu a oferta de ir de carro (como vi acontecer com outros dois mochileiros), dividindo a gasolina, antes de eu chegar; ou sei lá!
Além disso, o Thyago falou comigo que era bom levar comida para fazer no camping e que tinha combinado de se encontrar com o Elvis no camping “Ta”... Eu não entendi o nome do lugar, só sabia que começava com “Ta”... Fui a viagem toda esperando que em São Jorge não tivesse muitos campings começando com “Ta”...
Chegando à pequena vila, olhando a paisagem e o chão de terra à frente pela janela do ônibus, vejo ninguém menos que Elvis e Thyago dentro de um carro sendo ultrapassado pelo meu ônibus. Automaticamente abri o vidro e comecei a acenar que nem um louco. Vim descobrir que só pensaram de relance que poderia ser o Eber, mas enfim... O Elvis e a Lis resolveram pegar carona de Brasília até São Jorge, e chegaram antes de mim. Eles estavam voltando do Vale da Lua (que, como todo mundo já tinha conhecido antes da minha chegada, fiquei sem ir!).
Ao descer do ônibus, já fui abordado por uma garota do camping Taiuá... Era esse mesmo!


Confirmei se tinha algum Thyago ou Manuela por lá e fui. O lugar é muito zen, bem melhor do que as fotos do site mostram, com muitas camas e mesinhas debaixo das árvores, fogão à lenha, utensílios de cozinha, microondas, geladeira, chuveiro quente... um luxo só por muito pouco! Somente não se incomode de fumar muita maconha por tabela!
De cara vi uma galera numa mesa – vim a descobrir ser os amigos do Thyago – e encontrei a “cabeça” Manu. Saudades enormes dessa figura amada!
Assim que todos chegaram fomos às Termas, tomar banho em três piscinas naturais, com água quente jorrando da nascente, no meio do mato, tudo praticamente breu, com um céu completamente estrelado acima, e uns sapos ao redor... Conversar. Conhecer a galera. Falar de viagens e planejar o dia seguinte.
Por fim, voltamos ao vilarejo e fomos jantar em um ótimo restaurante, da tia Valdete, porém pouco freqüentado, apesar do delicioso e farto PF. Virou parada certa nos três dias de estadia.

Informações/Dicas:
Ônibus Brasília - São Jorge: R$36 (empresa Santo Antônio). Saída todos os dias, apenas às 11h.
Camping Taiuá: R$15 a diária (R$13 para grandes grupos)
Termas: R$5. O local iria ser fechado na semana seguinte porque não renovou a autorização.
Restaurante Sabor do Cerrado: R$8 o PF. No caminho para o Parque Nacional da Chapada.