quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Ah, o Amor! - Índice

Depois de mais de um ano e meio, finalmente a série chegou ao fim. Refleti muito sobre o assunto antes de escrever cada texto, e espero ter feito vocês pensarem sobre o amor também. Abaixo segue uma mensagem que gosto bastante e os links de todos os posts. Obrigado pela paciência.

“Eu queria sair por aquela porta e conhecer alguém. Assim, sem precisar procurar no meio da multidão. Alguém comum, sem destaques evidentes, sem cavalos brancos ou dentes perfeitos. Alguém que soubesse se aproximar sem ser invasivo ou que não se esforçasse tanto para parecer interessante. Alguém com quem eu pudesse conversar sobre filosofia, literatura, música, política ou simplesmente sobre o meu dia. Alguém a quem eu não precisasse impressionar com discursos inteligentes ou com demonstrações de segurança e autoconfiança. Alguém que me enxergasse sem idealizações e que me achasse atraente ao acordar, de camisa amassada e sem maquiagem. Alguém que me levasse ao cinema e, depois de um filme sem graça, me roubasse boas gargalhadas. Alguém de quem eu não quisesse fugir quando a intimidade derrubasse nossas máscaras. Eu queria não precisar usá-las e ainda assim não perder o mistério ou o encanto dos primeiros dias. Alguém que segurasse minha mão e tocasse meu coração. Que não me prendesse, não me limitasse, não tornasse o relacionamento uma obrigação, mas o melhor dos prazeres. Alguém com quem eu pudesse aprender e ensinar sem vergonhas ou prepotências. Alguém que me roubasse um beijo no meio de uma briga e me tirasse a razão sem que isso me ameaçasse. Que me dissesse como eu canto e que eu falo demais e que risse das vezes em que eu fosse desastrada. Alguém que me olhasse nos olhos quando fala, sem me deixar intimidada. Que não depositasse em mim a responsabilidade exclusiva de fazê-lo feliz para com isso tentar isentar-se de culpa quando fracassasse. Alguém de quem eu não precisasse, mas com quem eu quisesse estar sem motivo certo. Alguém com qualidades e defeitos suportáveis. Que não fosse tão bonito e ainda assim eu não conseguisse olhar em outra direção. Alguém educado, mas sem muitas frescuras. Engraçado e, ao mesmo tempo, levasse a vida a sério, mas não excessivamente. Alguém que me encontrasse até quando eu tento desesperadamente me esconder do mundo. Eu queria sair por aquela porta e conhecer alguém imperfeito. Feito para mim.”
[Autor Desconhecido]

 
Clique no título para abrir:
1-      Roleta Russa do Amor

2-      A Pessoa Ideal

3-      Sonhos Conjuntos

4-      Encantamentos e Paixões

5-      Mil Amores

6-      Famosa Alma Gêmea

7-      Casamento Para a Vida

8-      Relacionamentos Gays

9-      Sexo e Prazer

10-   O Mais Importante

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Ah, o Amor! [10/10]

O MAIS IMPORTANTE

O amor apenas “surge” ou é uma escolha? Até que ponto é um sentimento natural/genuíno ou uma ação? Em que medida é um esforço pessoal ou obra do destino/acaso? Um casal passa anos juntos porque realmente se ama ou porque decidiu racionalmente unidos ficar? Sempre me fiz esse tipo de questão. E nunca obtive uma resposta certa – nem deve existir. Provavelmente, o amor é obra de todas as circunstâncias citadas.
No mundo da fantasia, ele simplesmente acontece. Logo, muitas pessoas – incluindo-me – acreditam e esperam que seja da mesma forma no mundo real. Idealizamos o primeiro encontro, a perda da virgindade, o casamento, a lua de mel, a convivência... Decepção programada desde nossa infância. É necessário um “reboot” – reprogramar e reiniciar o imaginário social em relação aos relacionamentos. 

- O que você vai fazer mais tarde?
“Diga que vai estar ocupado.”
- Nada especial – respondeu.
- Então vamos fazer alguma coisa? Quer dizer, nós dois?
“Espere ela dormir e saia de fininho.”
- Sim. Tudo bem – concordou. – Vamos fazer alguma coisa.

O racional ajuda a moldar o emocional. Talvez você fique um pouco decepcionado como eu ao fazer essa constatação, já que o amor não é algo completamente sobrenatural, “escrito nas estrelas” e sublime. Muitas situações devem ser ponderadas e escolhas feitas. Como no trecho literário acima, as primeiras decisões podem se tornar determinantes para o prosseguimento e fim da história. Dê oportunidades para se envolver.
Em um relacionamento, ambas as partes devem fazer uma opção para ficarem juntos por muito tempo: querer lutar pela relação. Ao longo desta série, que chega ao fim, foram citadas inúmeras ações que contribuem para fortalecer o namoro/casamento, e ainda há muitas outras.

Existem cinco pilares que mantêm o amor vivo – três já foram citados nos textos anteriores. Nenhum relacionamento tem futuro se faltar uma dessas bases. Eis:
1.       Confiança: nas ações e sentimentos do companheiro. A princípio, significa acreditar na fidelidade, mas é também entregar-se sem reservas; ter fé; dar crédito; esperar pelo outro; ter segurança; poder compartilhar segredos; saber que ele não vai te abandonar nas horas difíceis, pelo contrário, vai te ajudar, apoiar, incentivar, etc. Ter confiança é caminhar pela fé, não pela visão ou demais sentidos – assim como é a crença em algo superior, em Deus.
2.       Respeito: como dito antes, violência física e psicológica são o fundo do poço, uma linha que depois de cruzada não tem mais volta. Este pilar também é saber o que dizer (ou não) na hora certa; agir corretamente; saber tratar o companheiro na frente dos outros; honrá-lo, dar valor e importância; ter consideração e apreço; reconhecer e respeitar a individualidade e o espaço alheio – assim como tratamos nossos pais.
3.       Admiração: pelo “algo a mais” que você perceberá no parceiro. O dicionário diz que é “o sentimento de deleite, enlevo ante o que se julga nobre, belo ou digno de amor”. Encantar-se com a beleza, a inteligência, os talentos, o modo de agir ou falar, por exemplo; inspirar-se no outro a ponto de querer crescer sempre mais como pessoa; desejar o melhor; reverenciar e elogiar; ter orgulho e falar com “brilho nos olhos” (“Essa é minha garota, eu a amo!”) – assim é como todo mundo quer ser tratado pelo companheiro.
4.       Cumplicidade: companheirismo; poder compartilhar todos os momentos da vida; estar sempre do lado, o famoso “pau para toda obra”; não desistir, mas acreditar; ter intimidade; contar com o outro para tudo, uma verdadeira parceria, tendo e dando apoio; criar um laço – assim como buscamos essas características em um amigo.
5.       Dedicação: sem isto, brotará a comodidade e todos os quatros pilares anteriores podem ruir (traição, desrespeito, ódio, afastamento, etc.). Alimentar o sentimento; gastar/compartilhar tempo com o próximo; abrir mão de algumas coisas (abnegar-se); oferecer-se em voto e com afeto; pôr-se a serviço; importar-se com os sentimentos alheios e buscar conhecer sempre mais o companheiro; elogiar, dar flores, passear, sair para jantar, presentear, fazer surpresas e viagens, enfim, todas essas coisas deliciosas que não levam à monotonia – assim como os possíveis futuros filhos exigirão também essa entrega.

Summer - Eu não acredito em amor.
Tom - Porque não?
Summer - Porque ele não existe!
Tom - Como sabe que ele não existe?
Summer - Como sabe que ele existe?
Tom - Vai saber quando sentir.

Summer – Apenas aconteceu [de me casar]. [...] Eu acordei um dia e soube.
Tom - Soube o quê?
Summer – O que eu nunca tive certeza com você.

Tom – Sabe o que é uma droga? Perceber que tudo em que você acredita é uma mentira. [...] Sabe, destino, almas gêmeas, amor verdadeiro e todos aqueles contos de fadas infantis.
Summer – [...] Eu estava sentada numa doceria lendo Dorian Gray, um cara chega para mim, me pergunta sobre o livro e agora ele é meu marido.
Tom – É, e daí?
Summer – E daí... E se eu tivesse ido ao cinema? E se eu tivesse ido almoçar em outro lugar? E se eu tivesse chegado 10 minutos mais tarde? Era… era pra ser.

Narrador – Você não pode atribuir um significado cósmico a um simples evento terreno. Coincidência. É o que tudo é. Nada mais que coincidência. Tom finalmente aprendeu que não existem milagres. Não existe essa coisa de destino. Nada é para ser. Ele sabia. Agora ele tinha certeza disso.
[filme “(500) Dias Com Ela”, 2009]

Seja você crente no destino (como o personagem Tom) ou no acaso (como a Summer), ou mude de ideia (como ambos) ao longo do tempo, nada muda a necessidade de se preservar os citados cinco pilares. Comece um relacionamento levando-os em consideração e tendo certeza de que é a pessoa certa para a sua vida, ao menos naquele momento.
Parece que a maioria das pessoas não tem noção da relevância de um cônjuge. Algumas preferem ficar solteiras (e tudo bem!), outras casam pelos motivos errados e há ainda as que acreditam ser possível trocar de marido/esposa a qualquer momento. Está na hora de dar valor a quem merece.
“Não é bom que esteja só, farei alguém que o auxilie e lhe corresponda”. Se você acredita nesse relato, uma pergunta: por que Deus criou um “parceiro” (que fica no mesmo nível em uma árvore genealógica) e não um “descendente” (em um nível abaixo) para fazer companhia ao homem? Porque o parceiro é o único que permanece ao longo dos anos.
Os pais são de extrema importância na primeira etapa de qualquer vida – eles sustentam as crias, dão educação, carinho e atenção. Mas todo passarinho precisa sair de baixo das asas dos progenitores e dar seus próprios voos. E, comumente, os pais partem antes dos filhos. Já o amor por um filho é eterno e o mais forte que existe. Porém, assim como um dia você seguiu seu próprio caminho, assim seus descendentes o farão também.
Seus pais ficarão para trás. Seus filhos partirão à sua frente. Você estará sozinho. A não ser que a seu lado tenha um cônjuge, que te ampare na perda de seus velhos e na despedida de sua prole. É ele quem vai te compreender e estar sempre ao seu lado. Pelo menos deveria ser desta forma. Pelo menos assim espero que seja em minha vida. Dê valor a essa pessoa!
A verdade é que só queremos uma única coisa, o mais importante: ser feliz.

Últimos adendos:
- Traição: perdoável em determinadas situações – se for um caso isolado, se não houver reincidência, por exemplo. Cada caso é um caso. Cada pessoa sabe o que sente, amor ou ódio. Quando se ama de verdade, o problema não é nem perdoar, mas sim a volta. A confiança perdida possivelmente nunca será recuperada. É a falta dela que pode acabar com o relacionamento. Perdoaria uma traição? Sim ou não, nunca diga nunca. Apenas jamais se humilhe pelo outro. Tenha autoestima e procure alguém melhor, se for o caso.
- Ciúmes: um pouco é super saudável para a relação. É bom saber que o outro se preocupa, tem medo de te perder e cuida do que é seu. Mas fuja dos muito ciumentos, tenha medo desses psicopatas. A partir do momento em que sua vida começar a ser talhada pelo outro, o negócio já não está bom. E, afinal, ou há confiança (um dos pilares essenciais) ou não há.