segunda-feira, 8 de março de 2010

Chapada dos Veadeiros (domingo – 11.10)

6h da manhã estávamos todos levantando. Não dormi nada na primeira noite – não sou acostumado a dormir no chão, sem travesseiro –, foi um martírio, ainda mais porque havia os roncos, música até tarde da noite (mas isso também só foi esse dia, não parece ser uma constante no camping!).
Plano do dia: fazer a Trilha do Segredo. Depois do café, lá fomos todos nós. É bom avisar, para quem não sabe, que ir para a Chapada dos Veadeiros sem carro complica chegar em vários lugares de visitação. O Parque Nacional em si é bem tranqüilo de se chegar, mas muitas outras cachoeiras, termas e, inclusive, o Vale da Lua, somente se vai de carro ou com guias motorizados – aí lá vai mais grana! Mas impossível também não chega a ser.
Depois de comer muita poeira, chegamos à entrada da propriedade onde se encontra a cachoeira do Segredo. Por sinal, esse lugar é realmente encantado e bem guardado. Como o Elvis dizia: “o pote de ouro no fim do arco-íris”. São 8km de trilha moderadamente difícil, e aproximadamente 14 vezes que se atravessa (o mesmo) rio somente para chegar lá, ou seja, 16km no total e quase escorregar pelas pedras do rio umas 30 vezes.
Um homem e seu filhinho (que até tirou uma foto nossa) nos receberam super simpáticos e deram algumas explicações sobre como chegar no Segredo. E a trilha começou...

O lugar é fantástico, muito lindo. Com o tempo bom, tudo ficava mais perfeito ainda. A vegetação, os animais (inclusive uns insetos bem estranhos), o rio, o céu... tudo estava espetacular.
Na maior parte da trilha não encontramos outras pessoas, e quase todo o caminho é bem claro, não tem erro. Somente em uma parte da trilha, quando fomos atravessar uma parte do rio, não vimos a continuação do outro lado – troncos de madeira formavam uma escadinha, e achamos que fossem apenas troncos caídos –, então, resolvemos seguir rio acima, pela água mesmo. Passamos por umas partes bem complicadas e percebemos que realmente esse não era o caminho, mas não compensava mais voltar. Acabamos chegando a uma espécie de “poço” formado pela água do rio e, do lado, a trilha verdadeira. Enquanto nos refrescávamos, um grupo passou e descobrimos qual era o verdadeiro caminho.

O que posso acrescentar do trajeto é que realmente em algumas partes as pedras ficam muito escorregadias e, em algumas delas, você pode acabar encontrando algumas aranhas. Boa parte da trilha é sombra, por causa das árvores, mas uma considerável parte é debaixo do sol forte – proteção é indispensável! E, acima de tudo, é preciso gostar de andar, e MUITO.
Depois de andar umas três horas, nós finalmente chegamos à Cachoeira do Segredo – e que segredo! Conheço poucas cachoeiras, então posso dizer que é a mais bonita que eu já vi.
Todo mundo tirou várias fotos e ficamos admirando a beleza da água caindo 70 metros. Claro que entramos na água – gelada – e fomos até as pedras, para sentir a força da água caindo nas nossas costas. Quem não sabe nadar não vai poder aproveitar muito, porque o lugar é realmente fundo – uma alternativa é levar um colete salva-vidas, como outro grupo fez e pegamos emprestado para a Manu e Elvis.
Poucas horas depois, o tempo ameaçou fechar e a questão das “trombas d’água” foi uma pequena preocupação – já que não sabíamos se rio acima realmente havia chovido. Inclusive um guia que estava com outro grupo pediu para juntarmos nossas coisas para facilitar na hora de uma possível fuga. Obviamente não aconteceu nada e, se o perigo fosse realmente iminente, esse mesmo guia ia mandar todos nós nos retirarmos do lugar.
A volta teve mais ou menos a mesma duração da ida, só que agora todos mais tranqüilos, relaxados – como toda “volta pra casa”. No meio da trilha, nosso grupo se dividiu em três, já que alguns preferiram ficar pelo meio do caminho e tomar mais um mergulho no rio.
Eu e Manu fomos os primeiros a chegar à casa do proprietário do terreno – isso depois de passarmos morrendo de medo pelo pasto, onde havia um boi chifrudo com cara de mau. Parece que quando o Thyago estava chegando com o restante do grupo foi “brincar” com um e saiu rapidinho depois.
Contudo, enquanto esperávamos o pessoal, eu e Manu ficamos reparando na fazenda. Em um mesmo espaço havia cachorro, gato, galinha e pintinhos, porco, cavalo, papagaio, pássaros, além das vacas e bois. Acho que tinha até coelho. O “loro” não quis dar muita bola para mim, mas a Manu conseguiu se aproximar dele.
Além disso, meu tênis abriu e teve que ir para o lixo quando cheguei em casa. Meu pé ficou como de morto, branquíssimo e enrugado, do tanto que atravessamos águas e mais águas. Tirando o cansaço e a dor de tanto andar.
Um dos problemas da trilha é: ao atravessar as várias partes do rio, você acaba pegando carrapatos! Algumas pessoas descobriram isso no meio da trilha e eu, na rápida procura no local, não achei nenhum. Ao voltar para o camping, no banho, encontrei uns quatro na minha perna. E, assumo, quando eu cheguei em casa (um dia e meio depois) ainda cheguei a achar mais uns dois. Aonde eles se alojaram, eu fiquei coçando por umas duas semanas e as cicatrizes devem ter durado um mês. Mas ok, ossos “da trilha”.
De volta ao camping, depois de tomar banho, tirei um cochilo enquanto o pessoal também se arrumava, descansava e conversava. Quando a comida ficou pronta foram me chamar. Quem preparou o macarrão foi o Fernando. MEU DEUS! Foi o melhor macarrão que comi em toda minha vida! Todos elogiaram muito, mas como não deu para todo mundo, acabamos indo na cidade comer mais um pouco – no meu caso, crepe.
Na volta, fui dormir, mas muitos do grupo ficaram até altas horas conversando ao redor da fogueira – já que era o último dia de todos, menos eu e Elvis, que resolvemos ficar um dia a mais na Chapada.

Informações/Dicas:
Trilha do Segredo: R$10 por pessoa e mais R$5 por carro.
Crepe: R$13 o “Vitória” (frango, milho verde, azeitona, tomate) – não gostei muito não.
Café da manhã: tudo (pão, presunto, queijo, leite) é um pouquinho mais caro na cidade.

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