sábado, 13 de abril de 2013

O Panteão das Divas - HADES [4/14]

“Hades/Gaga, em algumas versões, não é incluído nesta lista. Não teria assento no panteão porque passaria a maior parte do tempo em seu mundo inferior. Aparece raramente nas lendas musicais, talvez por ser nova na indústria e não sabermos até quando vai durar – embora seja muito mencionada. Não tem “filhos” (legado) ainda. Mas, assim como Zeus/Madonna, ela tem o raio (diferencial) e, como Poseidon/Beyoncé, o tridente (balacubaco). Para René Menard, a figura de Hades/Gaga representa um mero desdobramento da personalidade de Zeus/Madonna. Algumas versões dizem que, ao contrário do mito real (as fontes oficiais), Hades é o antagonista de Zeus, planejando destroná-lo e dominar o Olimpo.”
 

Personalidade: ●●●●
Stefani Germanotta – 26 anos, nascida em Nova York – era pouco conhecida até 2008, apesar de batalhar havia um tempo. No fim daquele ano, porém, muita gente já sabia quem era a loira com um raio no rosto que cantava em seu primeiro single: “Apenas dance, vai ficar tudo bem”.
Ela sempre foi talentosa: tocava piano aos quatro anos, escreveu sua primeira canção aos treze e fazia apresentações em casas noturnas aos quatorze. No Ensino Médio, fez vários musicais e depois estudou na Tisch School of Arts da Universidade de Nova York.
Cinco anos após sua estreia mundial, ela é uma das personalidades mais conhecidas e comentadas. Esteve presente entre os 25 artistas mais influentes do mundo em 2010, de acordo com a lista da revista Time. Posição em que diversos cantores com muitos anos de carreira nunca se encontraram.
Apaixonada por moda e referência na área, conta com o apoio da Haus of Gaga, seu grupo criativo pessoal. Ela, contudo, é mais lembrada pelas bizarrices (como a roupa de carne) do que pelos belos looks, apesar de sempre ser incluída como uma das mais bem vestidas em publicações como a Vogue. Vai entender. Uma das principais críticas à sua pessoa – e uma das razões de sua fama – era o fato de todo dia aparecer com um visual diferente e chocante. Embora deixasse todos curiosos sobre sua próxima aparição (“o que ela vai usar dessa vez?”), sua imagem cansou ao longo do tempo. Sabiamente, ela superou essa fase, focando mais em seu trabalho do que em seus escândalos visuais.
                Parte de seus fãs (os little monsters) forma uma das piores raças de seguidores que existe. Entretanto, poucos artistas são tão dedicados a eles quanto a Gaga. Além disso, mesmo sendo o centro de muitas discussões, ela raramente se pronuncia e prefere não dar continuidade a briguinhas e fofocas. 

Música: ●●●●
                3 CDs de estúdio lançados (incluo o The Fame Monster, que na verdade é um EP) e 14 singles. No total, foram 23 milhões de álbuns e 64 milhões de singles vendidos no mundo.
                Seu currículo ainda possui: 226 prêmios vencidos e 282 indicações, incluindo cinco Grammy Awards e 13 VMAs; cinco músicas mais vendidas no mundo; primeira artista a chegar a 1 bilhão de visualizações no Youtube, incluindo o 8º vídeo mais visto do site (Bad Romance); e o álbum mais vendido (Born This Way) no primeiro dia (524 mil) e na primeira semana (1,1 milhão). Para citar apenas alguns de seus recordes.
                Seus álbuns até aqui realmente foram muito bons, cheios de hits. O problema talvez seja um pouco de soberba. Em seu último trabalho, Gaga disse que faria “o maior álbum desta década”. Passou longe!
                É inegável que ela tem seu estilo único, apesar de utilizar muitas “referências”, e é uma boa compositora. Pensando a longo prazo, não podemos dizer que já tenha um legado duradouro – ela ainda copia e não é copiada. Mas algumas músicas como Bad Romance, Alejandro e Born This Way podem vir a se tornar eternas.

CD mais vendido: The Fame, 2008 (12 milhões).
Maior sucesso: Poker Face, 2008 (12,3 milhões / A mais baixada na história do Reino Unido).
 

Voz: ●●●●
                Inegável que canta muito bem (não há registros de que tenha desafinado vergonhosamente) e tem uma ótima voz. Também não há alegações de playback. Ela mesma afirmou: “Eu nunca dublo. Nem uma palavra. E eu nunca vou. E você nunca irá me ver ao vivo, ou pagar para ver meu show, ou me assistir na TV, para ver os lábios de uma vadia fazendo playback ao longo do setlist.” Exagerada essa afirmação, afinal, não é nenhum pecado mortal usar uma base pré-gravada em alguns momentos, por exemplo. De qualquer forma, ponto para ela.

Performance/Produção: ●●●
                Gaga dança direitinho. Em determinados momentos pode parecer meio desengonçada, mas o que falta é uma coreografia melhor. Porém, nada muito elaborado para ela, por favor. Simpática em seus shows, interage com seus fãs e conversa bastante durante todo o concerto. Por sinal, talvez um pouco menos de papo fosse mais.
                A produção de suas turnês é bem satisfatória e procura ser grandiosa, mas pode melhorar. Lady Gaga tem a seu favor as tecnologias do século 21, porém, em termos de qualidade (não digo revolução), ainda estaria no nível dos shows da Madonna dos anos 1990. Palco grande (mas meio comum), cenografia elaborada (pecando aqui e ali – como aquele peixe-monstro! horrendo na Monster Ball), bons dançarinos para dar suporte, alguns belos figurinos (outros terríveis), mas sem a magia dos telões, por exemplo. Ela também procura explicar demais o que está acontecendo no palco, não dando espaço para interpretações pessoais. Falta experiência à Gaga, mas ela é ambiciosa e daqui a alguns anos pode estar com shows impecáveis.
                Seus clipes e apresentações são extremamente produzidos também. Até demais, em alguns momentos. No começo de sua carreira, era sempre uma ansiedade para ver mais uma apresentação dela. Foram tantas e tantas, todas enormes (a maioria com mais de 5 minutos). Assim como sua imagem, suas apresentações cansaram e o grande público passou a ver somente as mais importantes – as das premiações, em especial. Parece que ela deu um tempo agora também. Ótimo para ela. Sem contar os clipes (ou curtas-metragens) com conceitos bizarros. No início, todo mundo queria desvendar o que tinha por trás deles, agora não mais. Para que ficar quebrando cabeça? A propaganda de seu perfume Fame, por exemplo, não tem pé nem cabeça. Whatever. 

Apresentação marcante: Paparazzi no VMA de 2009
 
Relevância: ●●●●
                A mulher mais pesquisada na internet e com o maior número de seguidores no Twitter (mais de 36 milhões). Ela não é qualquer uma, definitivamente. Sua influência é enorme, e Gaga está apenas começando a usá-la.
                Tem a instituição humanitária Born This Way Foundation, que busca capacitar e conscientizar os jovens sobre bem-estar, bullying, autoconfiança, respeito aos LGBTs, etc. E seu foco é justamente nesse último grupo. Ela é uma defensora dos direitos gays, afinal, boa parte de seus fãs são homossexuais. Gaga já proclamou durante a Marcha Nacional pela Igualmente nos EUA (2009) e falou em uma reunião a favor de acabar com a política militar “Don’t ask, don’t tell” (2010). Quantas outras cantoras se engajaram assim? Seus fãs, muitos com características andróginas, podem ser eles mesmos – ou quem eles quiserem ser – nos shows da mother monster.
Atualmente, tem uma relevância muito grande no mundo. No futuro... ainda é incerto. Mas se ela conseguir manter a carreira com sucesso e tentar evoluir sempre, pode se firmar como uma figura eterna no Olimpo.

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