segunda-feira, 8 de abril de 2013

O Panteão das Divas - POSEIDON [3/14]

“Com um movimento de seu tridente (quadril), causa terremotos e tsunamis. Também já se relacionou com a terra e com os cavalos (veja o clipe “Run The World”), como se depreende de um de seus epítetos mais frequentes: “abaladora da terra”. Também é a deusa do mar (vide “Smash Into You” na I Am... World Tour).”


Foto da esquerda por Thyago Cordeiro - SP/2010 

Personalidade: ●●●●
                Bey. Honey B. Ex-Destiny’s Child. Beyoncé Knowles.
Começou a carreira em 1997, no acima citado grupo e, em 2003, deu início à sua carreira solo. Desde sempre trilhou o caminho artístico. Quando pequena, fez aulas de dança (balé e jazz) e integrou os corais da escola e da igreja. Aos 7 anos participou e venceu o seu primeiro show de talentos.
Cantora e dançarina nata, também tem sua vez como atriz, apesar de não se destacar na área. Já participou de sete produções, a última a ser lançada em 2013. Seu maior sucesso cinematográfico é o filme Dreamgirls, com o qual recebeu duas indicações ao Globo de Ouro. Por trás das câmeras, dirigiu um documentário sobre sua história recente – Life Is But A Dream (2012).
Sua vida íntima, por sinal, é bem reservada. O que se sabe, geralmente, é divulgado por ela mesma. Seja por esse documentário ou por pequenos vídeos, como os presentes no DVD I Am... World Tour. Apesar de vermos momentos pessoais e até bastante emotivos, não sabemos até que ponto cada lágrima e sorriso são verdadeiros. Não podemos dizer que sejam cenas falsas, mas podemos afirmar somente que são cenas de “aparente realidade”.
Casada com o rapper Jay-Z desde 2008 (o relacionamento começou no início do século), tem uma filha chamada Blue Ivy, nascida em janeiro de 2012. É conhecido que sofreu um aborto espontâneo antes dessa concepção – mais uma vez, tudo muito discreto. A gravidez inclusive foi tão reservada que gerou muitas dúvidas: estaria ela usando uma barriga de grávida falsa? Ela afirma que é a maior besteira que já inventaram em sua carreira.
Quando está no palco, contudo, ela se transforma. Surge Sasha Fierce, seu alter ego. Por sinal, foi sua segunda personalidade que, com o aval da primeira, denunciou a gravidez para o mundo no final de sua apresentação no VMA de 2011.
Bonita, elegante, sex symbol. Simpática e educada com todos até que se prove o contrário. Mesmo o fã que reclamou de sua desatenção (“She’s probably a bitch!”) mudou de opinião.

Música: ●●●
Sua carreira inclui 4 álbuns de estúdio e mais 5 ao vivo. Estes últimos são mais do mesmo, já que não faz versões muito diferentes. Mas quem vai reclamar quando a música é boa?
Como trio, vendeu mais de 50 milhões de discos. Como um terço, vendeu 50% mais – outros 75 milhões em sua conta. Só nos Estados Unidos, foram mais de 30 milhões de singles comercializados, sendo a 8ª artista nesse ranking.
O currículo traz também 181 prêmios vencidos e 318 indicações. Nos Grammy Awards, Beyoncé detém um recorde: a artista feminina mais premiada em apenas uma edição. Em 2010, venceu seis das dez categorias nas quais concorria. E não para por aí. Honey B contabiliza 17 Grammys no total (três como parte das Destiny’s). Ela é a 10ª artista que mais ganhou esse prêmio e a 10ª na lista dos que mais receberam indicações (45).
Desde que seu pai deixou de ser seu empresário, Bey administra sua carreira e sua própria equipe. Artisticamente envolvida em todos os seus trabalhos, co-escreve e co-produz boa parte das canções. Más línguas já disseram que ela não era tão envolvida assim, apenas levava os créditos. No entanto, a American Society of Composers não dá ouvidos a boatos e, em 2001, premiou Beyoncé como “Compositor do Ano”, por suas composições de 1990 a 2000 no Destiny’s Child. Foi a primeira compositora mulher e a primeira afroamericana a ganhar o prêmio.
Suas canções classificadas como R&B contemporâneo, com traços de dance-pop, não adquiriram muita notoriedade nas listas ao longo dos anos. Seu maior sucesso ainda é Crazy in Love, a melhor música da década de 2000, segundo a revista NME.
 
CD mais vendido: Dangerously In Love, 2003 (15 milhões).
Maior sucesso: Crazy in Love, 2003 (8 milhões).


Voz: ●●●●●
                Uma das melhores vozes de nossa época. Ponto. Para o jornalista Paul Flynn (The Guardian), “a voz de Beyoncé é única e rápida, com muita técnica vocal”. Jody Rosen (Entertainment Weekly) completa: “Você teria que pesquisar muito, talvez nos salões do Metropolitan Opera, para encontrar um vocalista que canta com a mais pura força”. E criticar o playback na posse do presidente Obama só tem um nome: recalque. 

Performance/Produção: ●●●●
                Ninguém dança como Beyoncé, isso é inegável. Aí você junta sua voz poderosa, como já comentamos, os dançarinos cheios de marra, sua muito competente banda feminina (as Suga Mama) e adiciona, por fim, uma produção de primeira qualidade. O resultado não poderia ser outro: sucesso.
                A pessoa que vê seu show pela primeira vez, principalmente se for ao vivo, sai embasbacado. Ela é uma potência no palco. Tanto que foi convidada para ser a apresentação do intervalo do Super Bowl em 2013. E precisava ser um artista à altura da Madonna, que havia abalado as estruturas do estádio no ano anterior. Aqui, porém, surge um defeito (ou não) em sua ficha limpa.
                Beyoncé sabe exatamente o que torna seu show grandioso – figurino, iluminação e coreografias –, justamente o que ela sempre entrega. Os fãs não se cansam das roupas de couro ou brilhantes, do cabelo ao vento, da fumaça e da pose com a mão na cintura. Os não-fãs se cansaram há um tempo.
A questão é: Beyoncé é repetitiva. A primeira vez é maravilhosa. A segunda é um repeteco gostoso. A terceira, apesar da avidez, já não leva ao orgasmo. Honey B, por exemplo, lançou três DVDs em anos seguidos. Precisa de tudo isso? E sua apresentação no Super Bowl – mesmo excelente e superior a muitas outras – sofre do mesmo mal. Produção impecável, mas com pouca novidade.
Ok. A gente reclama, mas sempre estamos lá para vê-la. Seja em suas turnês, suas apresentações na televisão e em premiações (veja abaixo a da Billboard, uma das melhores ever), ou suas participações em festivais como o Glastonbury (2011) e o Rock in Rio, em 2013. A gente perdoa até a lágrima forçada de Flaws And All, em um de seus DVDs.
Michelle Harris, do jornal South Florida Times, escreveu: "Beyoncé atua no palco com arrogância e intensidade. Mostrando a sua poderosa voz, sem perder nenhuma nota, muitas vezes, envolvida em vigorosos passos de dança. Ninguém, nem Britney Spears, nem Ciara ou Rihanna, pode fazer o que ela faz: um pacote completo de voz, movimentos e presença”. Onde podemos assinar?

Apresentação marcante: Billboard Awards 2011


Relevância: ●●●●
                Todo artista é influenciado por alguém, mas nem todos são influenciadores. Quando alguém se torna inspiração para terceiros, pode-se dizer que alcançou um novo patamar. Rihanna, Lady Gaga, Alanis Morissette, Miley Cyrus e outros cantores já declararam sua admiração por Beyoncé. No Brasil, podemos citar o curioso caso da banda Cansei de Ser Sexy, que tem esse nome por causa de uma entrevista em que Bey afirma não aguentar mais ser tão bonita e sexy.
                E o reconhecimento de um verdadeiro talento chega a transbordar. 4ª melhor artista da década de 2000, aparecendo também em nono lugar com seu antigo grupo, em ranking da revista Billboard. A mulher de 2009, segundo a mesma revista, e, para reconhecer as realizações de sua carreira e influência na indústria, recebeu em 2011 o prêmio Billboard Millennium Award. A artista que mais recebeu certificações (de álbuns e singles vendidos) na última década, de acordo com a RIAA. Em 2010, o VH1 a colocou como a 52ª maior artista de todos os tempos, e, em 2012, declarou-a como a 3ª “grande mulher na música”.
                Um exemplo de artista e um exemplo de mulher negra. Beyoncé encabeçou a lista das mulheres afroamericanas mais poderosas dos Estados Unidos, segundo a Forbes, em 2011. Essa revista também a elegeu como a cantora mais rica do mundo com menos de 30 anos. São 87 milhões de dólares arrecados em 2008-09, para se ter uma ideia.
                Queridinha do presidente Barack Obama, cantou nas festividades das duas posses. Queridinha nas redes sociais, entrou para o Guinness Book como o assunto mais tweetado por segundo (8.868 vezes), quando anunciou a gravidez no VMA. Queridinha pela população americana, criou (com sua família e com a Kelly Rowland) a Survivor Foundation, uma instituição de caridade que criou alojamentos provisórios para as vítimas do furacão Katrina. Além de participar de inúmeros eventos beneficentes.
                O Daily Mail declarou: “Muitos especialistas da indústria acreditam que Beyoncé é como o próximo Michael Jackson. Embora seja muito cedo para tais comparações, ela certamente provou que é um dos artistas mais talentosos e excitantes atualmente e pode muito bem entrar para a história como tal”. Ninguém chegará ao nível de Michael Jackson e Madonna. Contudo, sem dúvidas, a Honey B poderá entoar no final de sua vida os versos da canção I Was Here: “Quando eu deixar este mundo, não vou deixar arrependimentos. Vou deixar algo para ser lembrado, para que eles não esqueçam que eu estive aqui”.
Não esqueceremos.

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