terça-feira, 2 de abril de 2013

O Panteão das Divas - AFRODITE [2/14]

“Deusa do amor, da beleza e da sexualidade. Dentre seus símbolos está a pomba. Kylie é a mais bela das deusas. [All the lovers...] Nas regiões de Corinto, Esparta e Atenas (leia-se: Europa, Ásia e Oceania), ela é muito cultuada. É capaz de seduzir a todos, deuses ou mortais...”


Personalidade: ●●●●●
                Tudo começou em 1986, quando interpretava o papel de uma estudante que virava mecânica, na novela australiana Neighbours. Em um evento beneficente, cantou a música Locomotion. Fez tanto sucesso que a gravou em estúdio. Resultado: sete semanas em 1º lugar na Austrália e o single mais vendido da década.
                Mas ela nunca abandonou seu lado atriz. Além de 4 personagens importantes em filmes, ela fez pequenos papeis em mais de 10 outros longas. O último foi em 2012, no filme Holy Motors, de Leos Carax, que concorreu à Palma de Ouro em Cannes. E vem mais por aí.
                Por sinal, ela foi considerada a personalidade mais bem vestida do festival. Nenhuma novidade, pois ela sempre figura nas listas de moda. Há alguns anos, aparece no Top 50 da revista Glamour – já apareceu em 1º lugar (2007) e atualmente está na 45ª posição.
                Como Madonna, ela não se destaca em nenhum aspecto em específico, mas faz tudo com muita competência. Kylie mesmo afirmou em 2000: "Eu sou uma faz-tudo. Se fosse para escolher qualquer um dos elementos do que eu faço, eu não saberia me sobressair em qualquer um deles. Mas coloque todos eles juntos, e eu sei o que estou fazendo."
                Talvez ela se destaque mesmo em uma característica: sua personalidade. Kylie é muito focada, esforçada, nunca se envolve em polêmicas e é uma simpatia de pessoa. Em sua passagem pelo Rio de Janeiro, em 2012, atendeu os fãs no hotel, na coletiva de imprensa, no restaurante e no festival de cinema – sempre sorridente e atenciosa. Sua vida pessoal é muito reservada, inclusive quando foi diagnosticada com câncer de mama em 2005 e teve que cancelar a turnê Showgirl para fazer tratamento com cirurgia e quimioterapia.
                Na corrida para ver quem fica com o reinado da Madonna, Kylie corre por fora e faz seu trabalho sem se preocupar com as consideradas concorrentes.

Música: ●●●●
                Minogue, com 11 álbuns e 56 singles, contabiliza mais de 68 milhões de vendas mundiais. Entre altos e baixos, conquistou respeito e uma posição privilegiada.
Considerada uma das melhores cantoras na Europa (principalmente no Reino Unido), Oceania e Ásia, nunca conseguiu entrar nos EUA e, consequentemente, na América. O The Wall Street Journal descreveu Kylie como "uma estrela internacional que parece eternamente incapaz de conquistar o mercado dos Estados Unidos". Mas ela já afirmou que não estava disposta a investir o tempo necessário para se estabelecer por lá e preferiu colher os louros no resto do mundo. Este, aliás, foi um “problema” que nunca atormentou a Kylie. O que a deixava frustada era as pessoas considerarem sua carreira incompleta pela falta de aprovação dos norte-americanos. De qualquer forma, em 2013, mudou de gerenciamento (de carreira) e de gravadora. Vamos ver se agora a história muda na terra do Tio Sam. Não que ela precise...
                Seu primeiro álbum, Kylie (1988), ficou mais de um ano nas paradas britânicas, muitas semanas em #1. Contudo, Minogue adquiriu independência total somente em seu 6º álbum – Impossible Princess, 1997. "Eu era muito mais uma boneca no começo. Eu estava cega pela minha gravadora. Eu era incapaz de olhar para a esquerda ou para a direita." Em outro momento ela declarou: “Para mim, a parte mais difícil foi desencadear o núcleo de mim mesma e ser totalmente sincera na minha música.” Em um universo em que a maioria das cantoras é “produzida”, quem mais assumiria uma informação dessas?
                O sucesso mundial voltou em 2001, com Fever. O álbum foi número 1 na Austrália, Reino Unido e em toda a Europa. Sua música de trabalho, Can’t Get You Out Of My Head, ficou 9 semanas em 1º lugar no Reino Unido e chegou ao topo em mais de 40 países. Foi escolhida pelos britânicos como a 10ª música favorita dentre os singles bem sucedidos por lá desde 1952. E de acordo com o site Daily Mirror, a música é considerada o hit dos anos 2000, já que foi a música mais tocada nessa década por lá. O amor pela Kylie no Reino Unido é tão grande que ela é o 12º artista a vender mais singles (10,1 milhões) na história dos charts ingleses.
                Ao longo de sua carreira, Minogue recebeu 90 prêmios e 160 indicações. 

CD mais vendido: Kylie, 1988 (14 milhões).
Maior sucesso: Can’t Get You Out Of My Head, 2001 (mais de 6 milhões).
 
Voz: ●●●●
                Ela canta! Mas assume: "eu nunca vou soar como Christina Aguilera". Seus shows e apresentações são ao vivo e, até agora, não houve denúncias de playback. A única crítica possível é não gostar muito de sua voz – “fina demais às vezes”?! Contudo, é uma de suas características que melhorou ao longo dos anos. 

Performance/Produção: ●●●●
                A única artista que chega ao nível da Madonna tratando-se de produções é a Kylie – em suas últimas 3 turnês, especialmente. A tour KylieX2008 é considerada uma das mais caras da história, com custos de produção de 10 milhões de dólares, porém um passo maior foi dado em sua última turnê.
                Aphrodite Les Folies (2011) foi um dos espetáculos mais extravagantes e tecnológicos já feitos. Seu custo chegou a 25 milhões de dólares. O palco tinha mais de 1 milhão de peças móveis, 600 fontes de luz e 7 elevadores. O pessoal da Disney California Adventures ajudou a conceber a parte aquática do show – o primeiro a ter isso na estrada. Jatos d’água de até 30 metros molhavam a chamada Splash Zone, onde os fãs ganhavam toalha e capa de chuva especiais. Por fim, foram usados aproximadamente 200 figurinos.
                Uma crítica que fazem a ela é: dançar pouco. É fato que Minogue não é uma exímia dançarina, ela arrisca poucos passos hoje em dia. Entretanto, esse também é seu diferencial. Ela se porta como uma anfitriã,  uma musa, introduzindo as pessoas ao seu universo encantado. O que não falta é simpatia e interação com o público. Na Les Folies, ela sempre chamava um fã ao palco. Engraçado que em muitas cidades europeias, os escolhidos acabavam sendo brasileiros – os mais animados. Ela sambou, assinou braço de fã para futura tatuagem e até abençoou o pedido de casamento de um casal gay – tudo no palco.
                Kylie também já fez outras ótimas apresentações e shows, incluindo a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Sydney em 2000. Ousada, fez uma mini-turnê (a Anti-Tour) só com b-sides, unrealeaseds e raridades. E, em 2012, lançou um álbum com versões orquestradas de alguns de seus maiores sucessos. Coisas que nenhuma outra ainda fez. Tudo para agradar os fãs.

Apresentação marcante: Sydney Gay and Lesbian Mardi Gras
 

Relevância: ●●●
                25 anos de carreira não é para qualquer uma. É a segunda cantora pop com uma carreira tão grande e de constante sucesso. Com idade próxima dos 45, aparenta ser mais jovem e está a cada dia mais bonita.
                Apesar de ser australiana, é uma britânica de coração. O Reino Unido é fascinado por ela, inclusive a realeza. Minogue participa de eventos da família real desde o início de sua carreira. Em 1988, participou do Royal Variety. Em 2012, apresentou-se no Jubileu de Diamante da Rainha Elizabet II e cantou em um jantar promovido pelo Príncipe Charles e sua esposa Camilla. Em 2008, foi premiada com a Ordem do Império Britânico, por "serviços prestados à música", e um Ordre des Arts et des Lettres. E, em 2010, foi declarada pelos pesquisadores como a “celebridade mais poderosa da Grã-Bretanha”.
                Outro público que a idolatra – este mundialmente – é o LGBT. Kylie aparece em 26º dentre os 50 ícones gays, segundo o MetroNOW. O jornal The Sun, por sua vez, a coroou como o “Maior Ícone Gay de Todos os Tempos”, em 2007. Em Sydney, ela partipou duas vezes do Gay and Lesbian Mardi Gras (a parada gay de lá), em 1994 e em 2012. E, proporcionalmente, acredito que nenhuma outra cantora atual tenha tantos fãs gays quanto ela.
                Infelizmente, em muitos lugares, Kylie ainda não recebe a devida atenção. Todavia, quem conhece seu trabalho, passa a admirá-la. A BBC News descreveu Kylie como uma “criadora de tendências” (na moda) e um “ícone de estilo que constantemente se reinventa”. Como Madonna. E igualmente copiada.
                Kathy McCabe, do jornal The Telegraph, conclui sobre as semelhanças, na música e na moda, de Kylie e Madonna: "Onde elas realmente divergem sobre a escala da cultura pop está no valor de choque. Clipes de Minogue podem tirar suspiros de alguns, mas Madonna inflama o debate político e religioso diferente de qualquer outro artista do planeta… Simplesmente, Madonna é a força escura; Kylie é a força da luz."

2 comentários:

  1. Adorei a publicação! Deusa Afrodite, era óbvio, mas mesmo assim adorei. Apesar de já saber (quase) tudo ihihih

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  2. Caramba, meus parabens pela publicação. Mostra que você SABE do que está falando. Pra mim, Kylie e Madonna dividem esse "trono" de rainha do pop e do meu coração também. haha <3

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